Em conferência de imprensa, realizada ontem à noite no quartel dos Bombeiros de Silves, o comandante distrital de Operações de Socorro de Faro, Abel Gomes, referiu que, entre os três feridos graves, apenas um inspira “cuidados acrescidos”. Todos os feridos graves são mulheres. Uma teve alta hoje de manhã e as outras permanecem em tratamento e observação no serviço de urgência do Hospital de Faro, disse à Lusa fonte hospitalar.

O mesmo responsável referiu ainda que, de acordo com as previsões meteorológicas, o mau tempo continuará a afetar o Algarve até ao final do dia de hoje, prevendo-se a ocorrência de chuva forte.

Questionado sobre a possibilidade de voltar a ocorrer vento forte como o registado ontem e que provocou uma vaga de destruição nos concelhos de Silves e de Lagoa, Abel Gomes salientou que há condições para chuvas e ventos fortes, mas que esse tipo de fenómeno é de “muito difícil previsibilidade”.

O Comandante Distrital disse que, de acordo com Instituto de Meteorologia, se tratou "efetivamente de um tornado".

O mau tempo causou ainda 12 desalojados em Lagoa, num total de três famílias, que já foram entretanto realojadas, de acordo com Abel Gomes. 

Em Silves não há registo de pessoas desalojadas, afirmou o presidente da Câmara, Rogério Pinto, frisando, contudo, que 20 pessoas tiveram que receber acompanhamento psicológico.

No terreno estiveram 231 operacionais, apoiados por 67 veículos, tendo sido enviados para a região grupos de reforço de Beja, Évora e Setúbal e equipas da Força Especial de Bombeiros.

Abel Gomes disse que a EDP esteve a trabalhar para conseguir restabelecer o abastecimento elétrico a toda a zona afetada até ao início desta noite, o que acabou por acontecer. Ao final do dia de sexta-feira, estavam sem eletricidade 4.600 pessoas. O abastecimento elétrico foi totalmente restabelecido nas zonas afetadas pelos ventos fortes em Lagoa e Silves, permitindo o regresso à normalidade nas casas das 200 pessoas que continuavam sem eletricidade de manhã, informou Abel Gomes.

O responsável adiantou que o efetivo que se encontra ainda no terreno foi reduzido a partir das 19:00, sendo que apenas ficaram no terreno cerca de "50 operacionais a ajudar nas operações de limpeza".

O comandante frisou que, à medida que os trabalhos de remoção dos destroços for avançando, o "efetivo vai ser gradualmente desmobilizado, passando os serviços municipais a assegurar as operações de limpeza".

 

Redação com Lusa