O bispo do Algarve afirmou que o que se pretende com a “nova organização da pastoral paroquial em chave missionária”, anunciada em julho do ano passado, é que o “envolvimento dos leigos seja cada vez mais alargado” e que aqueles “se sintam corresponsáveis das próprias comunidades”.

D. Manuel Quintas, falava na Eucaristia de encerramento da visita pastoral às paróquias confiadas aos padres jesuítas no passado sábado à noite na igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Portimão, advertiu que “isto não deve ser visto como uma condescendência do bispo ou dos párocos que deixam os leigos dedicarem-se corresponsavelmente nas paróquias”. “Isto é um direito também que brota do batismo. No batismo não temos só deveres, temos direitos também. E esta consciência renovada de nos sentirmos todos corresponsáveis pela vida das nossas paróquias dá um alento novo, faz com que as comunidades sejam mais vivas porque há mais vitalidade, há mais gente a participar”, sustentou, lembrando que as paróquias “crescem com o contributo de todos”, tornando-se “vivas, fraternas e missionárias”.

“Ser missionário é estar aberto dentro da própria comunidade a outros que talvez andem a caminhar um pouco à margem, mas estão à espera de que alguém lhes diga: «a porta está aberta, entra. Vem comigo, vem e vê. Observa. Não te sintas excluído ou marginalizado pelas opções da tua vida»”, desenvolveu, considerando que “missionário quer dizer também ir para outras comunidades cristãs mais necessitadas partilhar a riqueza, os dons, os serviços, os ministérios e os carismas” da sua comunidade “com outras que tem menos capacidade ou porque estão mais envelhecidas ou porque caminham num passo mais lento”.

“Se isto crescer em todo o Algarve podeis crer que a dificuldade que sentimos – e já começamos a sentir bastante – com a falta de padres, não se vai notar tanto. Porquê? Porque a Palavra de Deus e a Eucaristia que é distribuída, mesmo que não seja celebrada, será sempre alimento que fortalece na fé”, concluiu.

A proposta de “nova organização da pastoral paroquial em chave missionária” “incide numa nova organização territorial/paroquial da Diocese, não pelo território em si mesmo, mas tendo presente a nova realidade das comunidades cristãs, as suas proximidades eclesiais, sociológicas e territoriais, a promoção de um dinamismo a partir dos leigos dessas comunidades e numa nova perspetiva do exercício do ministério ordenado, particularmente o presbiteral”.

O projeto de reorganização da estrutura pastoral territorial da diocese sugeriu que passasse “a estar organizada em três grandes Regiões Pastorais”: Região Pastoral do Barlavento, Região Pastoral do Centro e Região Pastoral do Sotavento. Cada uma destas regiões tem um Coordenador Pastoral, um sacerdote nomeado pelo bispo diocesano, designado como Vigário Episcopal Regional, “de modo a permitir não só um trabalho pastoral conjunto, como a coordenação e partilha de recursos evangelizadores (pessoas, formação, meios, etc.) nos diferentes Centros Evangelizadores” que passaram a existir dentro de cada região, “compostos por comunidades paroquiais mais próximas e entre as quais haja uma ligação sociológica, com a finalidade de potenciar um caminho pastoral sinodal entre elas”.

A Região Pastoral do Barlavento é a região piloto na concretização desta proposta e as outras duas regiões estão a implementá-lo a um ritmo diferente.

Diocese do Algarve vai implementar uma “nova organização da pastoral paroquial”