O bispo do Algarve alertou na missa ao final da manhã deste Domingo de Páscoa que “não há conversão pessoal possível, nem renovação da Igreja ou da Diocese ou das comunidades cristãs”, sem a “convicção” da fé “alicerçada em “Cristo ressuscitado”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Celebrar a Páscoa deve significar assim para todos, à luz da fé em Cristo ressuscitado, que também nós somos convidados à conversão e à renovação pedidas pelo Papa Francisco, como membros cada vez mais conscientes da Igreja que constituímos”, advertiu D. Manuel Quintas na Eucaristia celebrada na Sé de Faro.

“A nossa fidelidade e a nossa vitalidade como discípulos de Cristo reside na afirmação e na profissão de uma fé convicta e alicerçada em Cristo ressuscitado”, sustentou, acrescentando que o “grau de maturidade” da fé determina a “verdade” da conversão e da “condição de discípulos do ressuscitado e membros da Igreja, maturidade que em dia de Páscoa assume particular evidência”. “Seria superficial e passageira a nossa alegria se ela não se apoiasse numa atitude firme de fé em Cristo ressuscitado”, alertou.

Aquele responsável católico realçou que para além da fé também a esperança e a alegria “devem estar presentes no testemunho de Cristo ressuscitado e no anúncio do Evangelho”. “Em cada Páscoa acolhemos um triplo mandamento que se prolonga pelo tempo pascal: o mandamento novo do amor – «amai-vos como eu vos amei» -, o mandamento do serviço – «como eu vos fiz, fazei vós também» -, e o mandamento do anúncio – «ide e anunciai o evangelho»”, enumerou, lembrando que “anunciar o Evangelho é o serviço da Igreja e de cada cristão ao mundo”.

“Como seria diferente o mundo de hoje se nos decidíssemos a ser testemunhas alegres de Cristo ressuscitado”, considerou, acrescentando que “a vitória da luz sobre as trevas acontece sempre no coração daqueles que deixam que a luz de Cristo se transforme em luz da fé que ilumina e dá sentido à própria vida e também em luz do mundo, presente no testemunho fiel e fecundo, iluminado pela palavra e fortalecido pela Eucaristia celebrada em comunidade”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve exortou então os cristãos a viverem “de modo mais coerente e permanente as implicações que esta verdade” lhes traz. “O mundo de hoje precisa do nosso testemunho de alegria, de fé, de amor e de esperança”, considerou na celebração que teve início com a aspersão com a água que foi benzida na última noite na Vigília Pascal, com a qual foi batizada uma adulta, em união com mais de três dezenas de outros adultos que foram batizados na Diocese do Algarve.

“Este gesto penitencial, com que iniciamos a Eucaristia, une-nos perfeitamente a quanto celebrámos na Vigília Pascal e a quanto estamos a celebrar também em Dia de Páscoa”, explicou D. Manuel Quintas.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo diocesano voltou a lembrar a guerra que se vive na Ucrânia. “É difícil nestes dias não dirigimos para lá, não apenas o nosso olhar, a nossa atenção, mas também a nossa oração, tendo presente todos aqueles que são vítimas inocentes desta atrocidade que é fruto da loucura humana”, afirmou.