O bispo do Algarve lembrou hoje à tarde, na missa da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a que presidiu no santuário da Mãe Soberana, em Loulé, haver “mais vida” e “ação de Deus” para além da pandemia.
D. Manuel Quintas explicou que aquela celebração pretendeu “louvar a Deus” “por tudo o que de bom” concedeu ao longo do último ano. “Não vejamos só as coisas tristes ou as dificuldades ou a pandemia. Há mais vida, há mais ação de Deus para além dessas fragilidades humanas”, pediu.
O bispo diocesano referiu-se também ao novo ano. “Deve despertar em nós sentimentos de confiança e de esperança sempre e particularmente quando estamos envolvidos por esta pandemia que nos obriga, de maneira muito decidida, a sermos corresponsáveis uns pelos outros de maneira serena”, afirmou, lembrando “os profissionais de saúde, aqueles que estão na linha da frente, os infetados e aqueles que estão nos Cuidados Intensivos”.
D. Manuel Quintas apelou à “confiança e esperança” na responsabilidade e na proteção uns aos outros, para que se possa “assumir o que é o dever de cada um relativamente a essa proteção mútua”.

O bispo do Algarve realçou que das leituras escutadas na liturgia de hoje sobressai uma palavra “que deve ser de conforto” para todos: “sabermos que estamos a iniciar um novo ano com a bênção de Deus, sob a proteção deste Pai que nos ama como filhos”, afirmou. “Uma bênção que é sinal de proximidade, de que não nos perde de vista, não deixa de nos amar em todas as situações. Nunca deixamos de estar no coração deste Pai, seja qual for a nossa situação ou os imprevistos. Temos sempre um lugar seguro no coração deste Pai que nos ama como filhos e, por isso, nos dá a sua bênção no início deste ano”, sustentou.
D. Manuel Quintas acrescentou ainda que essa bênção faz de quem a recebe “bênção também para os outros”, que “Jesus é a grande bênção de Deus” e que Maria foi “a primeira a receber Jesus como bênção de Deus”. “Maria é o modelo de todo o crente que acolhe a bênção de Deus e colabora com Ele na realização deste projeto libertador e salvador”, referiu, na missa concelebrada pelo bispo emérito da Madeira, D. António Carrilho, natural de Loulé, e pelos párocos da cidade.
No primeiro dia do ano, o responsável católico faz sempre questão de presidir à eucaristia naquele que é o santuário mariano algarvio de maior expressão, para pedir a proteção da Mãe Soberana ao longo do novo ano.
Hoje, em que se celebra ainda o 55.º Dia Mundial da Paz, D. Manuel Quintas realçou que cada um “é chamado a ser construtor da paz”, “partindo da própria paz interior – consigo, com os outros, com Deus – e também da paz no mundo”.

O bispo do Algarve destacou que este ano o Papa, na sua mensagem para a efeméride, apresenta “três instrumentos que são fundamentais para construir a paz: o diálogo, a educação e o trabalho”.
O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.