O Renovamento Carismático Católico (RCC), presente na Diocese do Algarve, realizou neste sábado à noite, na Capela do Seminário de S. José de Faro, uma noite de Oração e Adoração Eucarística, presidida pelo bispo do Algarve. Sob o lema “O caminho para a Páscoa também se faz em renovamento”, o RCC propôs-se a percorrer o caminho quaresmal diante de Cristo Eucarístico e em ambiente de oração, promovendo e incentivando à participação de todos pelos meios digitais.

Na sua homilia, que se centrou sobre a vocação à santidade, D. Manuel Quintas disse: «Vede como eles se amam: aqui está a diferença. Vede como eles se acolhem, se perdoam, se entreajudam, estão atentos às necessidades uns dos outros, partilham aquilo que têm com os mais necessitados: a diferença está no amor», acrescentando, ainda, que «ser perfeitos no amor é igual a ser santos, vocação de todos a partir do batismo. Não privilégio de alguns: vocação de todos os batizados. Somos todos chamados a ser santos».

O bispo diocesano, tendo em conta o contexto litúrgico que estamos a viver, explicou que «neste caminho de conversão quaresmal, do qual já percorremos uma semana, Jesus exorta-nos a que não nos contentemos nem detenhamos em cumprir os mínimos. Ele propõe os máximos, uma fasquia elevada para atingir o amor total». Exortou todos a procurar «amar até ao limite do amor, amar até doer, amar até sofrer, inclusive e sobretudo os que à partida, segundo os nossos critérios não seriam dignos do nosso amor».

Recorrendo à Encíclica “Alegrai-vos e Exultai” do Papa Francisco, acerca da Santidade, D. Manuel Quintas recordou, também, as características e traços espirituais da santidade no mundo atual – a firmeza, a paciência, a mansidão, a alegria, o sentido de humor, a audácia e o ardor –, como oposição às realidades que impedem de progredir na santidade: a ansiedade nervosa, o negativismo, o pessimismo, o egoísmo, o individualismo e as falsas espiritualidades, sem encontro com Deus.

Na parte final da sua reflexão, o prelado quis ainda notar que neste caminho da santidade assumem lugar fundamental a oração e a comunidade eclesial, pois «é difícil lutar contra as ciladas e tentações do demónio e do mundo egoísta se estivermos isolados, pois facilmente perdemos o sentido da realidade, a clareza interior e sucumbimos», acrescentando que «a comunidade é a família que nos defende, que nos fortalece na fé, que nos predispõe para uma caridade mais plena, mais perfeita e mais purificada».

O RCC tem, a nível nacional, mais de 500 grupos, com cerca de 30 mil pessoas que rezam semanalmente pela Igreja, pelo Papa e pelas paróquias. Este movimento nasceu durante um retiro de estudantes da Universidade Duquesne, de Pittsburgh (Pensilvânia – EUA), em 1967 e está hoje presente em mais de 200 países, com mais de 120 milhões de membros..