O bispo do Algarve destacou esta noite “o testemunho de uma vida toda entregue a Cristo, ao anúncio do Evangelho e ao serviço dedicado à Igreja” do Papa Bento XVI, dedicação que considerou ser “expressão dos mesmos sentimentos que havia em Jesus”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na Eucaristia, a que presidiu na catedral de Faro pelo sufrágio da alma do Papa emérito no dia em que se realizou a sua Missa exequial na Praça de São Pedro, no Vaticano, presidida pelo Papa Francisco, D. Manuel Quintas citou as três dedicações que o sumo pontífice salientou acerca do seu predecessor: “dedicação agradecida, dedicação orante e dedicação sustentada pela consolação do espírito”.

“Dedicação agradecida feita de serviço ao Senhor e ao seu povo que nasce da certeza de se ter recebido um dom totalmente gratuito. Dedicação orante que se plasma e aperfeiçoa silenciosamente por entre as encruzilhadas e contradições que o pastor deve enfrentar e o esperançado e repetido convite a apascentar o rebanho. Dedicação sustentada pela consolação do espírito que sempre o precede na missão e transparece na paixão de comunicar a beleza e a alegria do Evangelho”, desenvolveu.

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O bispo do Algarve constatou ainda que “a fé constituía seguramente um dos temas recorrentes da reflexão do Papa Bento XVI”, sustentando que o Papa emérito, falecido a 31 de dezembro de 2022, aos 95 anos de idade, o “integrava e harmonizava de modo magistral com a razão e a ciência, com a verdade, com a liberdade, com a cultura”, algo que D. Manuel Quintas considerou “só possível a quem era dotado, como ele, de uma inteligência fina e perspicaz, bem como também devido à abrangência e profundidade do seu saber”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na Eucaristia participada pelo presidente da Câmara Municipal e pelo presidente da União de Freguesias de Faro, o responsável católico disse ainda que as palavras do hino da Liturgia das Horas do comum dos pastores “aplicam-se plenamente a Bento XVI”. “Possa o exemplo do seu testemunho de amor a Cristo e à Igreja iluminar-nos em idêntico caminho ao longo da nossa vida”, concluiu o bispo do Algarve.

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Hino da Liturgia das Horas do comum dos pastores

1. Condutor esclarecido / Das ovelhas do Senhor,
Vivias só para elas / À imagem do Bom Pastor.
2. Nos momentos de perigo / Nunca tu as deixaste sós;
Quando chamavas por elas / Conheciam tua voz.
3. A pastagens verdejantes / Levavas os teus cordeiros,
Por caminhos de doutrina / Seguros e verdadeiros.
4. Na condução das ovelhas / Tu ias sempre adiante,
Contra todos os perigos / Sentinela vigilante.
5. Trabalhador incansável / Na vinha do Pai dos Céus,
Feito tudo para todos, / Servo dos servos de Deus.
6. Que para sempre teu nome / Bendito e exaltado seja,
Luzeiro do firmamento / E glória da santa Igreja.