O bispo do Algarve voltou a referir-se no passado sábado à guerra na Ucrânia que considerou “um verdadeiro retrocesso civilizacional pela destruição e morte que ela provoca com consequências, infelizmente neste momento, ainda imprevisíveis”.

D. Manuel Quintas falava na celebração da bênção das pastas dos alunos finalistas da Universidade do Algarve (UAlg), que decorreu no campo de futebol do Complexo Desportivo da Penha, em Faro.

“Não podemos, nem conseguimos alhear-nos, inclusive numa celebração como esta, do sofrimento que neste momento atinge os dois povos envolvidos nesta guerra. Estávamos longe de imaginar que seríamos contemporâneos de uma guerra com esta dimensão que viola os princípios mais elementares reguladores das relações internacionais de povos e nações e de defesa da dignidade da pessoa humana, uma guerra que provoca em todos os sentimentos de perplexidade, de consternação, de desconforto”, afirmou o responsável católico.

D. Manuel Quintas explicou o motivo dos três sentimentos. “Perplexidade pelo facto de acontecer no continente europeu e em pleno século XXI; consternação pelo sofrimento e morte infringidos aos povos envolvidos, particularmente ao povo ucraniano que é o povo agredido; desconforto também pela incapacidade daqueles que se opõem a silenciar as armas e impor o seu fim imediato”, afirmou, considerando que aquele conflito armado “confirma a loucura e a insensatez de todas as guerras”.

O bispo diocesano pediu aos alunos da UAlg que sejam “construtores da paz”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.