
O bispo do Algarve disse no passado sábado, dia em que a Igreja celebrou a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, que é pelo “serviço aos outros” que passa, não apenas a “verdade da fé”, mas a “verdade da devoção a Maria”.

D. Manuel Quintas destacou a Mãe de Jesus como “aquela que escutou a palavra de Deus e a cumpriu na sua vida”, fazendo-se imediatamente “voluntária” em casa da sua prima Isabel. “Foi em serviço de voluntariado para casa de Isabel, subiu apressadamente e esteve lá três meses”, lembrou o prelado na celebração da eucaristia a que presidiu ao fim da tarde na igreja da Conceição de Faro, considerando que “o bem não pode esperar”. “É por aí que passa a verdade da nossa fé, a verdade da nossa devoção a Maria, a verdade das festas que nós fazemos a Nossa Senhora”, afirmou, explicando que os cristãos precisam “ser fraternos” e “não apenas solidários”.

Destacando Maria como “modelo de fé” e de “discípulo de Jesus”, o bispo diocesano desafiou à sua imitação. “Se não podemos imitar Maria como mãe, biologicamente falando, podemos imitá-la como discípula, como aquela que escuta a palavra. Foi isso que a tornou grande, que a enalteceu”, observou, exortando a “passar de desobediência de Eva à obediência de Maria”. “Tanto Maria como Eva escutaram a palavra de Deus, só que uma foi desobediente e a outra obediente”, comparou, reforçando que Maria “escutou, acolheu e cumpriu a vontade de Deus na sua vida”.

Neste sentido, o bispo do Algarve advertiu que “para escutar não basta só ler a palavra de Deus”. “É preciso, interiormente, criar as condições para que esta palavra encontre um coração aberto (e não apenas uns ouvidos), escutar e fazer tudo para perceber bem o que é que a palavra tem a ver connosco, o que é que Deus nos quer”, aconselhou D. Manuel Quintas que iniciou no sábado a visita pastoral àquela paróquia.

O bispo diocesano lembrou ainda as “razões históricas” que tornam a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora uma festa “tão querida” dos portugueses. D. Manuel Quintas recordou que “muito antes do papa [Pio IX] proclamar esta verdade de fé sobre a conceção imaculada de Maria, o rei português D. João IV, seis anos depois da restauração da independência, em 1646, proclamou a Imaculada Conceição como a padroeira e rainha de Portugal e depositou, em Vila Viçosa, a sua coroa aos seus pés”.

“Era prática já habitual, entre o povo de Deus honrar, venerar a Nossa Senhora com este título. Por isso, não estranhamos que seja uma festa tão enraizada, nomeadamente em Portugal e aqui no Algarve”, sustentou, lembrando que das quase 82 paróquias algarvias “mais de metade” têm Maria como padroeira e, dessas, 12 evocam-na como Nossa Senhora da Conceição, incluindo aquela paróquia do concelho de Faro. “Não foi por acaso que combinámos iniciar hoje [a visita pastoral]. Foi exatamente porque hoje é dia 8 de dezembro”, justificou, o bispo do Algarve, lembrando que “normalmente” as visitas pastorais têm início ao domingo.

Após a eucaristia, a festa da padroeira teve continuidade com a procissão pelas principais ruas daquela aldeia.


