O bispo do Algarve pediu no último sábado aos cerca de mil finalistas da Universidade do Algarve (UAlg) que coloquem o “conhecimento científico e a competência” ao “serviço da paz e do progresso, inspirados em valores duradouros”.

“A vida só adquirirá pleno sentido quando o que fizerdes for pautado por valores que vos dignificam a vós próprios, bem como aos outros, contribuindo de muitas maneiras e formas para o bem comum. Passará seguramente por aqui a vossa realização pessoal, humana e profissional e é também esse o contributo que todos esperamos de vós”, frisou D. Manuel Quintas, que presidiu à celebração da bênção de finalistas que, uma vez mais, teve lugar no Estádio de São Luís, em Faro.

Na celebração, que teve início com um minuto de silêncio pelos estudantes falecidos no último ano, o prelado exortou à confiança na “força e proteção de Deus”, tendo Jesus como “aliado”, e à colocação dos dons ao serviço de todos. “Acolher Cristo como companheiro nesta luta e nesta labuta e os valores que Ele nos deixou como inspiradores de opções e atitudes, constituirá seguramente uma sólida garantia de que a vossa vida vos proporcionará tanto mais alegria e a felicidade que todos vos desejamos neste dia, quanto mais ela for dom para os outros e quanto mais souberdes colocar ao serviço de todos os dons que Deus vos concedeu e que o curso universitário vos ajudou a desenvolver e a aperfeiçoar”, sustentou.

O bispo do Algarve apelou igualmente à esperança no futuro profissional. “Ao concluirdes esta importante e decisiva etapa das vossas vidas, certamente vos interrogais sobre o futuro. Não estais sozinhos na resposta a esta interrogação. Os vossos familiares e amigos e todos aqueles que vos rodeamos com muito afeto, queremos continuar a apoiar-vos e é isso mesmo que queremos exprimir com esta oração de bênção”, afirmou, acrescentando: “sentimo-nos todos implicados no vosso futuro, já que precisamos do vosso saber e dinamismo jovem para que este país que todos constituímos possa criar condições de vida digna para todos”.

Neste sentido, D. Manuel Quintas exortou ainda à determinação de cada um. “Se é verdade que a situação presente, particularmente no campo laboral e entre os jovens, se apresenta com um horizonte bastante sombrio – bem diferente do que seria desejável para quem termina um curso universitário –, também é verdade que sois portadores de uma energia única e de uma criatividade capaz de ultrapassar as dificuldades e os imprevistos que sois chamados a enfrentar e a vencer”, afirmou, acrescentando: “não vos deixeis vencer nem pela crise e suas consequências, nem pelas portas fechadas que, por ventura, possais encontrar no mundo do trabalho”. “Precisamos todos da vossa energia jovem, criatividade e dinamismo para enfrentar o futuro com esperança em tudo e apesar de tudo”, concluiu.

Também o reitor deixou uma palavra de “desafio”, “confiança” e “esperança no futuro”. “Não estamos numa situação fácil no que respeita a vossa incursão na vida profissional mas a universidade está disponível para vos ajudar e para vos acolher quando quiserem regressar para melhorarem o vosso conhecimento e tem esperança de que conseguirão encontrar soluções de atividade profissional para poderem aplicar os vossos conhecimentos e concretizarem o compromisso que tem com a sociedade”, disse João Guerreiro.

A presidente da Associação Académica da UAlg, Filipa da Silva, também desejou aos finalistas que o futuro seja sinónimo de “oportunidade” e o presidente da Câmara de Faro deixou votos de “uma excelente vida futura com muito bom desempenho profissional” e exortou à esperança. “Com a vossa coragem e ousadia hão-de conseguir e de vencer”, afirmou Macário Correia.

Os estudantes entregaram ainda ao bispo do Algarve o resultado de uma recolha solidária realizada que rendeu cerca de 450 euros, quantia que reverterá para as vítimas da crise através do Fundo Social da Diocese do Algarve.

A celebração, promovida em colaboração pela Capelania e pela Associação Académica da UAlg, foi concelebrada pelos capelães, padres Carlos César Chantre e Pedro Manuel, e pelo padre Carlos de Aquino.

Samuel Mendonça