© Samuel Mendonça
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O bispo do Algarve quer que se criem nas paróquias da diocese algarvia equipas de Pastoral Familiar para ajudar a acolher divorciados, casais recasados e famílias monoparentais.

O anúncio foi deixado ontem por D. Manuel Quintas, no encerramento da visita pastoral às paróquias da cidade de Portimão, num ano, particularmente, dedicado à família pela Diocese do Algarve.

O prelado, que voltou ao tema das “famílias que não estão regularmente constituídas, do ponto de vista eclesial”, lamentou que exista ainda a mentalidade de que aqueles que se encontram numa “situação matrimonial não canónica” estão “automaticamente excluídos da comunidade cristã”. “Este modo de pensar não está certo”, frisou, acrescentando que as equipas paroquiais deverão “levar a alterar esta mentalidade, através do acolhimento, da compreensão e da integração efetiva na comunidade, tendo presente a situação concreta de cada casal”.

D. Manuel Quintas lembrou que “todos os batizados fazem parte da Igreja, embora a sua participação possa ser de modo diverso”, atendendo à “situação pessoal” de cada um.

O bispo do Algarve salientou que “a solicitude maternal da Igreja tem de se manifestar, de modo particular, para com aqueles cujas dificuldades da vida, unidas a tantas adversidades – pessoais, sociais, culturais, laborais e outras –, abriram «feridas» profundas cujas «cicatrizes» se transformam numa recordação diária desse sofrimento e que os obrigam a opções que não estavam nos seus planos quando celebraram o casamento pela Igreja”.

“Queremos que estes casais experimentem na sua vida pessoal e familiar que a Igreja não os abandona”, acrescentou, lembrando que este pensamento da Igreja não é novo. “Quem diz isto, não sou eu. Disse-o já há muito tempo o Papa João Paulo II”, sustentou, citando a exortação apostólica ‘Familiaris Consortio’: “Saibam estes homens e estas mulheres que a Igreja os ama, não está longe deles e sofre pela sua situação.”

D. Manuel Quintas voltou a afirmar que as pessoas nestas situações poderão, “à sua maneira e tendo presente a sua situação, participar também na vida da própria comunidade cristã e dar o seu contributo”. Citando o último Sínodo dos Bispos, lembrou que cada paróquia deve ser “uma casa acolhedora para todos”.

Com base na exortação apostólica ‘Sacramentum Caritatis’ do Papa Bento XVI lembrou que “é preciso promover a integração na vida paroquial destes casais, de modo a que possam cultivar, na medida do possível, um estilo de vida cristão, através da participação na eucaristia dominical, mesmo sem receber a comunhão, da escuta da palavra de Deus, da adoração eucarística, da oração, da participação na vida comunitária, do diálogo pessoal com um sacerdote que os ajude na vida espiritual, da dedicação à caridade, ao compromisso educativo dos filhos na transmissão da fé cristã”.

Intervenção de D. Manuel Quintas: