Ao longo da semana, na visita a 27 montes dispersos pela serra do nordeste algarvio, D. Manuel Quintas constatou que “as dificuldades são muitas” mas existem sinais encorajadores. “Em todo o lado encontrei pessoas cheias de boa vontade, com uma abertura muito grande à ação de Deus na sua vida, embora frágeis na saúde”, explicou o prelado ontem de manhã nas eucaristias de encerramento da visita em Giões e Alcoutim.

“A idade da maioria das pessoas já é avançada e isso traz muitas limitações mas nunca deve causar falta de esperança. Quem tem Deus no coração, tem tudo. E Ele deve ser para nós fonte de vida e de esperança, ainda que não de uma vida cheia de vitalidade como quando éramos mais novos. A força do espírito rejuvenesce-nos e encontrei essa força em tanta gente, mesmo naqueles que estão limitados na sua saúde”, testemunhou.

O prelado explicou ter encontrado pessoas com uma “fé simples, sentida, com espaço na própria vida pessoal”. “Quero agradecer por tudo o que me foi dado concelebrar, conhecer, viver, partilhar, sobretudo, pela partilha da oração, da vida, pelo conhecimento maior da vossa realidade concreta. Esta semana foi um grande dom de Deus para a minha vida como bispo diocesano, por tudo aquilo que recebi de cada um de vós”, acrescentou, confessando gostar de “continuar sempre assim”.

“A Igreja é essencialmente isto: proximidade, união, celebração e testemunho da fé. Sempre que nos decidimos a viver alguns dias deste modo, cresce em nós até alguma gratificação no sentido de termos alegria pela graça e pelo dom de sermos batizados, cristãos e discípulos de Jesus e pertencermos a esta Igreja diocesana do Algarve e crescermos neste sentido de pertença a esta Igreja”, acrescentou.

O bispo do Algarve agradeceu o modo como foi acolhido em todo o lado. “Fui muito bem acolhido, senti-me em casa e parto mais enriquecido”, afirmou.

D. Manuel Quintas agradeceu igualmente pelo trabalho do padre Atalívio Rito, pároco daquelas comunidades, e pela colaboração dos restantes membros da Fraternidade da Mãe de Deus (FMD), Javier Perez e Charo Castellano. “Pude apreciar, de maneira gratificante, o trabalho e o serviço que o senhor padre Atalívio presta com os irmãos da comunidade. Estou muito grato a eles e à comunidade da FMD pela sua presença entre nós e pelo seu serviço dedicado, generoso e simples. Continuai a estimá-los bem, a acolhê-los, a apoiá-los e a considerá-los como membros da vossa família”, disse aos paroquianos.

D. Manuel Quintas agradeceu também pela presença e trabalho dos membros do Movimento ao Serviço da Vida (MSV) e apelou à corresponsabilidade dos paroquianos. “É muito importante, e cada vez mais necessário, que a partilha da responsabilidade numa paróquia não fique apenas no pároco e em mais dois ou três mas que todos nos sintamos corresponsáveis”, frisou, pedindo a todos que se sintam “mais fortes na fé, mais firmes, enraizados e alicerçados na pessoa de Cristo”. “É Ele o nosso alicerce e a nossa força”, complementou.

O padre Atalívio Rito agradeceu a visita. “Esta visita foi muito rica para nós. Sentimo-nos mais Igreja do Algarve. Que o Senhor lhe conceda a graça de sentir que este seu povo o estima”, acrescentou.

Ao longo da semana, D. Manuel Quintas visitou doentes e idosos, assim como a Câmara Municipal, o quartel dos bombeiros, o infantário, a Santa Casa da Misericórdia, lares de idosos e centros de dia.

Ao longo do presente ano pastoral o bispo do visitará ainda as paróquias de Martim Longo, Vaqueiros e Cachopo, de 28 de abril a 5 de maio.

Samuel Mendonça