O bispo do Algarve terminou no último domingo a sexta e última visita pastoral deste ano de 2012/2013, iniciada no passado dia 27 de abril, desta vez às paróquias de Cachopo, Martim Longo e Vaqueiros.
D. Manuel Quintas pediu aos cristãos da Serra do Caldeirão que não percam o “sentido de vizinhança e de proximidade” que os caracteriza. “Queria exortar-vos a desfrutar esses valores de proximidade, de família e de atenção mútua para nos sentirmos mais fortes do ponto de vista humano e da fé, com mais coragem para enfrentarmos as dificuldades e adversidades da vida”, pediu em Cachopo na missa de encerramento da visita pastoral.
O prelado apelou ainda ao crescimento no “apoio mútuo” e pediu aos fiéis que continuem a “olhar o outro como irmão”.
D. Manuel Quintas deixou uma palavra de “estímulo” e de “confiança em Deus” e exortou à “fidelidade aos valores cristãos, ao batismo e à mensagem que Jesus deixou”. “Não desanimeis vos nem desencorajeis. Procurai caminhar unidos, não apenas uns com os outros mas uns para os outros, fazendo da vida um serviço como Jesus fez. Sabemos como a fé nos dá uma força suplementar e nos ajuda a olhar até para as dificuldades de maneira diferente”, afirmou.
O bispo do Algarve pediu mesmo que as dificuldades não sejam impedimento ao crescimento pessoal e comunitário. “Na vivência da nossa fé, o importante é não pararmos e não nos determos nas dificuldades e não fazermos delas impedimento de crescermos a nível pessoal e a nível comunitário e eclesial”, afirmou.
Segundo D. Manuel Quintas, “as dificuldades, se forem acolhidas como caminho de crescimento e de perfeição, podem ser benéficas”. “Sobretudo quando nos unem e nos congregam para as ultrapassarmos e para avançarmos. Não vamos fazer das dificuldades desculpa para não crescermos mais unidos, para não participarmos mais na celebração dominical”, complementou.
E a propósito da participação na eucaristia dominical, o bispo do Algarve reconheceu a dificuldade de alguns em percorrer longas distâncias mas explicou a importância desse gesto. “As distâncias são enormes. Muita gente faz um enorme sacrifício mas é importante participar na eucaristia dominical. Se nos afastamos desta fonte, da palavra que é «farol», «bússola» e «luz», corremos o risco de caminhar às escuras e por conta própria. A nossa fé, sem eucaristia, facilmente definha, esmorece e fica pequenina e depois começamos a acreditar noutras coisas que só complicam a nossa vida. É uma fé que começa a degenerar em superstição que aflige, desnorteia, oprime e não liberta. Começamos a ter certas expressões e atitudes que nos subjugam a todos os níveis”, advertiu em Vaqueiros, lembrando que “só a fé em Cristo liberta e é caminho de vida e de felicidade”.
D. Manuel Quintas explicou que esta visita “procurou ser o convite à abertura da ação de Deus”. “O bispo, numa visita pastoral, pretende aproximar Cristo de todos, para que faça parte da vida de todos os que são cristãos”, afirmou, considerando que aquela semana foi “muito enriquecedora” para si. “Senti-me em família, em casa, desde o primeiro dia. Isso, para mim, é sinal da vivência do evangelho”, destacou.
O pároco daquelas paróquias, o padre Alberto Teixeira, agradeceu a visita e testemunhou que o bispo do Algarve dirigiu aos doentes que visitou uma “palavra de conforto e de carinho”. O diácono Albino Martins reconheceu terem sido “momentos muito intensos”. “Esteve entre nós, uniu-nos e fortaleceu-nos na fé e na caridade. Esteve connosco, olhos nos olhos e coração com coração”, afirmou.
Ao longo da semana o bispo do Algarve encontrou-se com os agentes dos serviços e instituições paroquiais, com doentes e idosos, com crianças, pais e catequistas das catequeses paroquiais.
D. Manuel Quintas visitou ainda as Juntas de Freguesia, os bombeiros, a GNR, a Cruz Vermelha, as escolas, os centros paroquiais, infantários, associações e clubes e presidiu a diversas eucaristias e encontros de oração nos diversos lugares e montes daquelas freguesias da Serra do Caldeirão.
Para além destas comunidades paroquiais, o bispo do Algarve este ano visitou ainda as paróquias de Conceição de Tavira, Cacela e a comunidade de Altura (21 a 28 de outubro), Tavira (4 a 11 de novembro), Luz de Tavira, Santo Estêvão e a capelania de Santa Luzia de Tavira (9 a 16 de dezembro), Azinhal, Castro Marim, Monte Gordo, Odeleite e Vila Real de Santo António (26 de janeiro a 3 de fevereiro) e Alcoutim, Pereiro e Guiões (3 a 10 de março).
Samuel Mendonça