A Câmara de Alcoutim concedeu um apoio financeiro de 172.000 euros à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários locais que vai permitir reforçar os serviços da corporação na área social, como a terapia da fala, anunciou ontem o município.
A concessão desta verba, aprovada em reunião de câmara, vai servir para a “renovação de três protocolos de colaboração entre as duas instituições” e “garantir o reforço de diversos serviços na área social, de socorro, de saúde e apoio à infância”, precisou o município, no distrito de Faro, num comunicado.
O presidente da autarquia, Osvaldo Gonçalves (PS), disse à agência Lusa que os serviços prestados pela Associação Humanitária dos Bombeiros de Alcoutim passarão assim a incluir uma nutricionista para as crianças das escolas do concelho.
“Esta é uma novidade que os protocolos passam a ter, que é a de contratar uma nutricionista para seguir as crianças. Esta resposta chegou a ser dada no centro de saúde, depois foi abandonada e a câmara agora considerou que era importante colmatar essa lacuna, que tinha sido identificada pelos técnicos de saúde que acompanham as crianças”, afirmou o autarca.
A autarquia referiu também no comunicado que haverá “um reforço dos serviços gratuitos de terapia da fala, aumentando o número de horas de atendimento da especialidade para a população em geral”, mas sobretudo para “aquelas pessoas que foram afetadas por acidentes vasculares cerebrais ou outras doenças que limitaram a sua capacidade de fala”.
Alcoutim situa-se a cerca de 70 quilómetros de Faro e apresenta elevados índices de desertificação do território e de envelhecimento populacional, pelo que o apoio prestado nestas áreas pela Associação Humanitária dos Bombeiros é, segundo Osvaldo Gonçalves, “essencial para a população”.
O autarca disse ainda que “não pode prever o que os adversários políticos vão dizer” após a aprovação deste protocolo, ao ser questionado sobre se não teme críticas por o anúncio da atribuição deste apoio aos bombeiros ter sido feito após uma assembleia-geral polémica na associação, devido ao processo eleitoral em curso.
Esta polémica levou o presidente da mesa da assembleia-geral, José Carlos Pereira, que também é vereador do PSD na Câmara de Alcoutim, a acusar um grupo de sócios, que disse ser “próximo do presidente da câmara”, de “tomar de assalto” a última reunião desse órgão social e aprovar a sua lista como única candidata às eleições de 08 de fevereiro.
José Carlos Pereira ameaçou recorrer aos tribunais para contestar a decisão “ilegal” de aprovar a lista tomada pelos sócios na última assembleia-geral.
Contudo, o candidato dessa lista à presidência da Associação Humanitária, Francisco Xavier, disse à Lusa que a sua candidatura tinha sido mal anulada pelo presidente da mesa, que após a decisão “abandonou os trabalhos e foi substituído por outros sócios”.