ArmonaA identificação dos residentes com primeira habitação na ilha da Armona, na Ria Formosa, é o objetivo de um programa-piloto da Câmara de Olhão em colaboração com a capitania do porto local, disse no sábado o presidente da autarquia.

A sinalização de residentes da Ilha da Armona visa “a identificação das pessoas mais idosas, com problemas de mobilidade ou de saúde, que possam estar em situação de isolamento, para permitir dar-lhes apoio, reforçar o sentimento de segurança e estabelecer laços de relação que ajudem as autoridades a contactar pessoas próximas em caso de necessidade ou urgência, explicou António Pina à agência Lusa.

Com duas deslocações feitas à ilha, a Polícia Marítima e os serviços de Ação Social do município algarvio já conseguiram “identificar 22 pessoas, nove do sexo masculino e 13 do sexo feminino”, embora faltem, “pelo menos, mais 13 a quem ainda não foi possível fazer abordagem porque não se encontravam nas residências”, disse o autarca.

“Há outras pessoas a residir na ilha como primeira habitação, mas são pessoas com maior autonomia, que não estão completamente excluídas deste projeto, porque falamos com elas, ajudam-nos a identificar outras pessoas e servem de elo de ligação entre essas pessoas e as entidades oficiais”, disse o presidente da Câmara de Olhão.

As equipas que estão no terreno vão agora tentar “chegar ao contacto com as pessoas que ainda não foram identificadas e às quais ainda não foi feita uma primeira abordagem” e, posteriormente, vão fazer “visitas regulares e contactos telefónicos” para “perceber se está tudo bem ou se precisam de algum apoio”, acrescentou.

“Além de perceber as relações existentes na ilha, procuramos também perceber se há algum apoio social que possa ser prestado para ajudar as pessoas e reforçar o sentimento de proximidade a quem vive mais isolado, mas merece o mesmo apoio por parte do município e das autoridades que os que residem nas zonas urbanas”, afirmou António Pina.

Este levantamento pretende, também, dar à capitania e às autoridades marítimas “um conhecimento dos residentes que lhes permitam estabelecer laços e relações para evitar situações como a que se verificou “no verão passado, quando não foi possível encontrar familiares e foi difícil identificar uma pessoa que tinha morrido”, frisou.

O autarca destacou, ainda, que esta “é uma parceria entre a capitania de Olhão e a câmara, numa iniciativa que procura ter conhecimento das pessoas que vivem nas ilhas e nos ilhotes, através de um levantamento exaustivo e pormenorizado de quem reside nas áreas que tem sob sua jurisdição”.