O número de visitantes que entraram por aquele porto passou de 5.798 visitantes em 2007 para 44.841 no ano passado. Segundo o autarca, Manuel da Luz (PS), os investimentos em falta são o prolongamento do porto, o desassoreamento da barra, do canal de navegação e da bacia de manobra e a aquisição de um rebocador.

“São obras ou aquisições que implicariam um gasto para o Estado de 250 milhões de euros, isto é, apenas um décimo dos 2,5 mil milhões de euros que o orçamento de Estado para 2012 prevê para os portos de Lisboa, Sines e Leixões”, disse.

O autarca explicou que o porto teria acolhido mais passageiros ao longo dos anos caso o cais tivesse capacidade de acostagem para pelo menos duas embarcações, uma vez que só ali pode estar estacionado um navio de cruzeiro de cada vez.

“Havia o compromisso de que o prolongamento do porto fosse uma contrapartida para o Estado por parte de uma empresa interessada em construir uma marina do outro lado da cidade, em Ferragudo, mas os anos passam e o investidor está a protelar esse investimento para as calendas gregas”, disse.

O prolongamento do porto não pode “ficar dependente da conjuntura”, uma vez que, sobretudo em períodos de maior movimento turístico, há pedidos de permissão para mais acostagens, que são recusados.

Por outro lado, a autarquia reclama o desassoreamento da barra e do canal de navegação, de forma a que, na foz do Rio Arade, possam transitar embarcações de maior calado e comprimento superior a 200 metros.

A autarquia reclama o aprofundamento do canal da atual profundidade de oito metros para 10 metros.

A Câmara de Portimão reclama também a aquisição de um rebocador para a região do Algarve, que sirva o porto de cruzeiros, já atualmente que os serviços de reboque de navios têm que ser assegurados por um rebocador estacionado em Sines, a meio dia de viagem.

“Já houve comandantes de cruzeiro que se recusaram a entrar a barra por não termos um rebocador aqui”, disse Manuel da Luz, aduzindo as dificuldades de programação das escalas do rebocador de Sines e da necessária compatibilidade de horários.

Para 2012 estão já agendadas 48 escalas de cruzeiros em Portimão, mas segundo Manuel da Luz esses agendamentos poderiam ser em número superior caso os investimentos tivessem sido efetuados.

Contudo, a autarquia enfatiza o crescimento verificado em 2011 comparativamente com 2010, de 13,5% no número de movimentos e de 32,5% no número de passageiros.

Assim, em 2011 registaram-se mais sete escalas do que no ano anterior – 59 contra 52 – enquanto o número de passageiros subiu de 33.843 em 2010 para 44.841 no ano passado.

Segundo o município, no período compreendido entre 2007 e 2011, verificou-se um crescimento de 673% no número de passageiros, que passou de 5.798 para 44.841 visitantes.

A estes resultados, acrescem os passageiros e veículos transportados pelos navios da empresa “Naviera Armas”, na ligação semanal regular entre Portimão, a Madeira e as Canárias, que em 2011 contou com mais de 22 mil passageiros, cerca de 9.000 veículos ligeiros e 4.500 pesados.

Lusa