A nova capela da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime foi inaugurada e benzida na passada quinta-feira, 18 de abril, numa celebração presidida pelo bispo do Algarve.





A capela de Nossa Senhora das Misericórdias, cuja construção ficou concluída em março de 2020 e que, desde então, está ao serviço da paróquia de Boliqueime e da população local, só agora foi possível inaugurar formalmente. “Passaram quatro anos, quatro longos anos desde a primeira missa celebrada neste espaço. As vésperas do primeiro confinamento trouxeram a esta igreja vida própria e paroquial. Quatro dias depois da mesma, o país fechou. Quando reabrimos, a igreja paroquial já via as suas obras de restauro concluídas. Voltámos para casa, mas já não deixámos de celebrar aqui todas as quintas-feiras”, começou por explicar na Eucaristia o pároco de Boliqueime, justificando o adiamento daquela celebração que a pandemia de Covid-19 impôs.



O padre Pedro Manuel, que fez questão de sublinhar a “vida liturgia que ali acontece frequentemente”, explicou que todos os funerais naquela freguesia passaram a ser celebrados ali. “Esta tornou-se também uma casa nossa, uma casa da paróquia de Boliqueime. Aqui se partilham habitualmente muitas despedidas e estas paredes já testemunharam muitas lágrimas de despedida, mas também muitas celebrações de ação de graças”, sustentou, acrescentando que ali também atende, enquanto pároco, “todas as semanas muitos paroquianos” que vêm “tratar dos seus matrimónios, do batismo dos seus filhos e também confessar-se”. “Aliás, antes, já daqui, habitualmente saía a procissão de Domingo de Ramos”, lembrou.


O sacerdote explicou que naquela “casa viva” também se reúne quinzenalmente, ao domingo, a comunidade anglicana daquela zona centro do Algarve. “Estou certo de que este espaço litúrgico e espiritual pode trazer ainda mais a Boliqueime a presença do Senhor Jesus”, afirmou, agradecendo à anterior mesa da Santa Casa que pensou aquela igreja e permitiu a abertura à comunidade.


“Faltava-nos o sentido da bênção, não apenas das paredes, mas de todos nós. É isso que lhe queremos pedir hoje, senhor Bispo, que dê a sua bênção enquanto pastor a este espaço que, paroquialmente e socialmente, já todos sentimos tão nosso”, pediu.




O bispo do Algarve reforçou que a bênção que realizou foi precisamente “alargada ao âmbito da Santa Casa da Misericórdia, às pessoas, tendo presente as mais frágeis”. D. Manuel Quintas realçou a sua presença como “testemunho por todo o bem que estas instituições realizam no Algarve”. “Nunca é demais reconhecer esse bem, agradecer esse bem, disponibilizarmo-nos para contribuir para que esse bem continue a acontecer de tantas maneiras e de tantos modos. Queria que a minha presença também significasse da parte da Diocese este testemunho grato pelo bem que estas instituições realizam nesta nossa região do Algarve”, afirmou.



O responsável católico defendeu ainda que aqueles espaços não deveriam ser denominados como “capelas mortuárias”. “Devíamos chamar capelas da ressurreição”, sugeriu.


A provedora da Misericórdia de Boliqueime lembrou terem sido os anteriores órgãos sociais a idealizar o projeto daquele espaço. Sílvia Sebastião realçou aquele “marco tão importante para a história” daquela Misericórdia e da paróquia de Boliqueime. “Esta capela é para vos servir”, disse à comunidade.



Aquela responsável agradeceu ainda o apoio financeiro da Câmara de Loulé, pois sem ele “não teria sido possível cumprir as obras”. Sílvia Sebastião disse que o financiamento permitiu “adquirir os bancos, o altar, as imagens dos santos, as estações da via sacra e os sinos”. A provedora agradeceu ao bispo o “carinho, apoio e confiança que desde sempre tem depositado” naquela instituição.



À comunicação social, a Sílvia Sebastião vincou que a nova capela é um complemento à paróquia. “É muito importante porque nos permite dar continuidade ao cultivo da fé, da cristandade”, acrescentou, explicando que a obra, que inclui ainda um apartamento e dependências num piso inferior, teve um custo total de 1,5 milhões de euros.




A celebração contou com a participação da vereadora da Câmara de Loulé, Marilyn Zacarias, do presidente da Junta de Freguesia, Nelson Brazão, que acolitou, e do presidente do Secretariado Regional de Faro da União das Misericórdias Portuguesas, Armindo Vicente.







