O presidente da Caritas algarvia, adiantou à FOLHA DO DOMINGO que a instituição já tem o espaço há muito tempo, embora o mesmo não tenha ainda sido utilizado para esse fim.

Carlos Oliveira explica que a Caritas Diocesana irá auscultar a sociedade civil com o objectivo de encontrar parceiros para o projecto. Entre os potenciais colaboradores estão a Universidade do Algarve e outros estabelecimentos de ensino, bem como restaurantes que possam fornecer refeições excedentes.

Se não conseguir estas parcerias, a Caritas encara a possibilidade de procurar apoio para a iniciativa, por exemplo, junto de produtores agrícolas que aceitem fornecer alimentos gratuitamente para a confecção das refeições na cozinha do seu Centro Infantil.

O refeitório deverá ter capacidade para 40 utentes, no entanto a Caritas ressalva que o número de apoios poderá ser inferior. “Vamos ver se se reúnem as condições para podermos assistir tantos utentes. Se tivermos de fornecer todos os dias 40 refeições sem qualquer tipo de apoio, torna-se muito dispendioso e teremos de fazer algum enquadramento da realidade para não termos prejuízos crescentes”, adverte o presidente da instituição.

Aquele responsável explica ainda que a Caritas do Algarve pretende articular e concertar a sua acção com outras instituições da cidade de Faro que já fornecem refeições, por forma a que as necessidades diárias de quem precisa fiquem asseguradas.

Carlos Oliveira denuncia ainda que os atendimentos sociais duplicaram no último ano. “Para além de termos tido um aumento de 13% das famílias que nos solicitaram apoio, o número de atendimentos duplicou. Em 2009 houve 562 atendimentos e em 2010, até 31 de Outubro, temos 1151 atendimentos”, explica, acrescentando: “estamos a sentir o desemprego de uma forma muito séria porque os atendimentos que vamos tendo são prova disso”.

Carlos Oliveira explica que esses atendimentos contemplam situações de pessoas que se encontram desempregadas sem conseguir cumprir o pagamento de rendas de casa ou de créditos para aquisição de habitação própria. “Mas, mais do que isso, temos verificado que falta capacidade financeira para comprar medicação”, lamenta, referindo que os apoiados nesta situação são pessoas entre os 35 e 45 anos. “Há também situações de pessoas que estão empregadas, igualmente com compromissos, que também não estão a conseguir cumprir”, acrescenta Carlos Oliveira, explicando que a prioridade das ajudas vai para aqueles que estão desempregados. “Há muita gente que está a perder bens de casa que compraram a crédito”, testemunha ainda.

A concluir, aquele responsável reafirma a disponibilidade da Caritas do Algarve para ir fazer atendimentos sociais às comunidades paroquiais algarvias.

Samuel Mendonça