O bispo do Algarve disse no passado sábado aos cerca de 300 educadores, que se reuniram em São Brás de Alportel para celebrar o Dia Diocesano do Catequista, que só poderão ser missionários naquele serviço à Igreja se tiverem tido um “encontro pessoal com Cristo” e se proporcionarem esse mesmo encontro aos seus catequizandos.
“Sem este encontro pessoal não há possibilidade de aderir à fé”, advertiu D. Manuel Quintas aos catequistas, na homilia da eucaristia que teve lugar no salão da Santa Casa da Misericórdia local, onde decorreu o encontro promovido pelo Sector da Catequese da Infância e Adolescência da Diocese do Algarve em colaboração com a paróquia local.
“Cristo é o centro do que somos e do que transmitimos”, acrescentou o prelado, lembrando que os cristãos seguem uma pessoa e “não ideias” ou uma “doutrina”.
E para que os catequistas possam aferir se estão a conseguir cumprir o objetivo, o bispo diocesano propôs-lhes que façam uma pergunta para fazerem sempre no fim de cada sessão de catequese: “Nesta catequese que eu fiz com o grupo, encontrei-me verdadeiramente com a pessoa de Cristo? Proporcionei esse encontro àqueles a quem me dirigi?”.
D. Manuel Quintas pediu ainda aos catequistas que se considerem “sentinelas da manhã” que anunciam Cristo às novas gerações. “Sentinelas que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus, salvador, aquele que brilhou na Páscoa”, sustentou.
O bispo do Algarve lembrou-lhes que a vocação dos cristãos “não é a do medo nem a da mediocridade”, mas “a da coragem, da audácia, própria de quem se deixa conduzir pelo Espírito”. “Não nascemos para uma vocação de mediocridade, mas de santidade que é totalmente o contrário”, reforçou.
D. Manuel Quintas lamentou que, no Algarve, não haja catequese em todas as paróquias. “Infelizmente há bastantes paróquias onde não há catequese porque não há crianças. Noutras há crianças, mas não há catequese nem há catequistas”, explicou, agradecendo aos catequistas pelo seu serviço. “Quero manifestar o meu reconhecimento, a minha gratidão como bispo da diocese por este encontro, pelo vosso serviço nas vossas paróquias”, referiu, pedindo aos responsáveis diocesanos da catequese que não deixem de organizar aquele encontro.
A Diocese do Algarve conta com mais de 900 catequistas ao serviço nas suas cerca de 80 paróquias para a formação de mais de 9 mil crianças e adolescentes.
Também o presidente da Câmara de São Brás de Alportel agradeceu no arranque do encontro pelo trabalho realizado por aqueles educadores. “Uma palavra de agradecimento pela vossa missão, pelo trabalho que fazem com as nossas crianças e jovens e pelo papel importante que os catequistas também têm na educação e na construção de uma sociedade melhor, mais solidária e mais justa”, afirmou Vitor Guerreiro, lembrando o contributo dos catequistas na edificação também de valores como a “igualdade” e a “integração”. “Muito obrigado pela vossa contribuição para a construção de uma casa comum melhor”, concluiu.
Antes da eucaristia, depois da oração da manhã e da abertura do encontro, o padre Paulinus Anyabuoke, sacerdote da Congregação do Espírito Santo (espiritano) este ano regressado ao Algarve para trabalhar nas paróquias de São Brás de Alportel e Santa Catarina da Fonte do Bispo, apresentou uma reflexão sobre o tema “Igreja em Missão”.
A sua intervenção foi complementada com os testemunhos de uma catequista de Santa Catarina da Fonte do Bispo, membro dos ‘Jovens Sem Fronteiras’, que realizou em 2014 uma experiência de voluntariado missionário na Guiné Bissau e do responsável da Cáritas Paroquial de São Brás de Alportel.
O encontro, no qual foram ainda entregues os certificados aos participantes do Curso de Iniciação de Catequista de 2018, prosseguiu com uma tarde cultural de visita à Casa da Cultura António Bentes e Museu Etnográfico do Trajo Algarvio, onde os catequistas puderam também assistir à atuação de uma charola do concelho.