Para o Presidente da República, “não há a mínima justificação para que uma agência de notação altere a apreciação que faz da República Portuguesa, quando há informações de que Portugal está a cumprir tudo o que consta do memorando assinado com a União Europeia e o FMI”.
O Chefe de Estado sublinhou que, contrariamente ao passado, “houve um reconhecimento generalizado de um comportamento”, que se pode considerar como “uma ameaça à Zona do Euro”, acrescentando que os agentes europeus “reconhecem que é necessário passar das palavras aos atos”.
“Espero agora que a União Europeia acabe por tomar as medidas que libertem, de alguma forma, o processo de decisão de 27 chefes de Estado e de Governo da influência das agências de ‘rating’ norte-americanas”, destacou Cavaco Silva.
Na opinião do Presidente da República, a criação de uma agência europeia de análise financeira “é uma hipótese que se tem falado”, e remete para a Comissão Europeia “o estudo da forma mais adequada para responder a situações”, como a que ocorreu com Portugal.
Para Cavaco Silva, Portugal pode ter funcionado como um “detonador” para despertar a União Europeia, sustentando que “nunca isto tinha acontecido no passado, mesmo com as situações da Grécia e da Irlanda”.
“Nunca tinha havido um levantamento tão generalizado dos agentes europeus para a necessidade de agir face a uma atuação, reprovada e condenada de uma forma tão geral como eu nunca tinha assistido”, disse Cavaco Silva.
O Presidente da República participou hoje na abertura da 5.ª Taça de Golfe Portugal Solidário, em Vale do Lobo, no Algarve, uma ação de solidariedade cuja receita reverte para Associação de Portadores de Trissomia21 (APATRIS21), com sede em Faro.
“Esta ação de solidariedade vai na linha do que tenho tentado fazer desde que tomei posse, ao que chamo do compromisso cívico para a inclusão social”, destacou.
“Tenho jogado mão de todos os instrumentos que tenho à minha disposição para apelar ao espírito solidário dos portugueses nesta altura difícil”, concluiu.
Entre os participantes no torneio, encontram-se o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o jurista Pires de Lima.