Segundo disse à Lusa o comandante distrital operacional, Abel Gomes, das 42 pessoas retiradas, 28 tiveram auxílio das equipas de socorro e 14 conseguiram abandonar as habitações por meios próprios.
Aquele responsável, que falava à Lusa no posto de comando montado em Cachopo, sublinhou que até agora os bombeiros têm conseguido evitar a destruição de casas pelo fogo, e que a retirada de habitantes é uma medida de precaução.
"O fogo continua a propagar-se e avizinha-se tarde difícil", refere, adiantando que o incêndio continua com quatro frentes ativas e reativações "muito violentas", que têm dificultado muito o trabalho no terreno.
Durante a noite, houve algumas povoações em risco, e hoje a situação meteorológica mantém-se desfavorável, acrescentou, adiantando que os meios vão ser reposicionados.
De acordo com o presidente da Câmara de tavira, Jorge Botelho, foram destacadas equipas de ação social com psicólogos para o terreno, no sentido de tentar acalmar as populações.
"Temos tido a colaboração da Proteção Civil, que anda no terreno a identifcar pontos de perigo e a GNR, que na noite de ontem esteve na primeira linha atirar pessoas das casas", observa.
Segundo o autarca, a principal preocupação é defender vidas, bens pessoais, e casas, porque, apesar de a serra de Tavira ser vasta, há dispersos "aglomerados urbanos de algum significado".
"Os homens têm feito esse trabalho muito bem, porque até agora não ardeu nenhuma casa, apesar de o fogo ter passado pelo meio de aldeias, como a Catraia [onde deflagrou o incêndio]", sublinha.
Quanto aos danos causados pelo fogo, o autarca refere que são "muito elevados", embora o levantamento só possa ser feito quando o incêndio for debelado.
"O perímetro é ennorme e tem vindo a aumentar, são muitos hectares, estamos na presença de um fogo com dimensões gigantescas", conclui.
O incêndio deflagrou cerca das 14:00 de quarta-feira, em Catraia, na freguesia serrana de Cachopo.
No local, segundo a página da Proteção Civil, estão a combater as chamas 372 operacionais, dos quais 326 são bombeiros, com o apoio de 101 veículos, dois helicópteros pesados e quatro aviões.
Os bombeiros do Algarve foram reforçados com equipas de Beja, Évora e Setúbal, a que se juntaram cinco pelões militares.
Lusa