Na concentração de protesto, promovida pela população em frente à estação dos CTT, na qual participou uma delegação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, os contestatários promoveram um abaixo-assinado para evitar o encerramento dos serviços postais.

"Não aceitamos os argumentos dos CTT para o encerramento e privatização desta estação, que serve mais de duas mil pessoas, na sua maioria idosos", disse à agência Lusa Vitorio Martins, porta-voz do movimento cívico de contestação.

Para Vitorio Martins, a população de Alte "recusa aceitar esta medida de caráter economicista, que vai prejudicar um grande número de pessoas que ali se desloca para, além dos serviços postais, efetuar pagamentos de água, luz, gás".

"Além disso, a população recusa que os serviços sejam assegurados pela junta de freguesia, porque teme que possa existir violação da sua privacidade", argumentou o porta-voz dos contestatários.

Por seu turno, o presidente da Junta de Freguesia de Alte, Eugénio Guerreiro, disse à Lusa que a administração dos CTT já lhe comunicou "a intenção de encerrar a estação dos correios e passar o serviço para um privado".

"Durante uma reunião com a administração dos CTT, foi-me transmitido que a estação iria encerrar, após a instalação de um novo posto de atendimento, cujo serviço será assegurado por um privado", explicou o autarca.

Eugénio Guerreiro manifestou-se "apreensivo com a prestação dos serviços por um privado", porque, acrescentou, "mais cedo ou mais tarde esse privado pode terminar a prestação de serviços, caindo a responsabilidade na junta de freguesia".

"Não estamos vocacionados nem dimensionados em termos de recursos humanos para assegurar esse tipo de serviço", observou o presidente da Junta de Freguesia de Alte, assegurando que "os CTT há mais de 10 anos que insistem para que a junta assuma a prestação do serviço".

O autarca disse ainda que irá continuar "a fazer tudo para evitar a delapidação do serviço postal, nomeadamente sensibilizar os grupos parlamentares para que o caso seja discutido no parlamento".

Lusa