O prelado lembrou à numerosa assembleia presente, que encheu por completo aquela igreja, que “Tudo se iniciou no século XII quando um grupo de leigos, provenientes de diversos países da Europa se fixaram neste monte e consagraram a sua vida a Cristo, dando origem à Ordem do Carmo com o título de Santa Maria do Monte Carmelo”. “Depois de melhor estruturarem a sua vida quiseram que uma regra regulasse essa sua opção de vida cristã que lhes foi concedida no século XIII pelo Papa Inocência IV. Regra que serviu de fonte inspiradora para muitas e variadas formas de vida carmelita ao longo dos séculos”, complementou.
O Bispo diocesano recordou que o Monte Carmelo “é a pessoa de Cristo” para o qual converge a caminhada dos cristãos. “Também para Maria converge todo o simbolismo e riqueza do Monte Carmelo que se condensa no realismo do Monte Calvário, pela sua estreita colaboração na obra da redenção”, afirmou, salientando que celebrar Nossa Senhora do Carmo é também “disponibilizar-se interiormente para aprender esta lição da espiritualidade que nasceu neste monte, este carisma que inspira a vida cristã na vivência da fé baptismal e que, para tanta gente, continua a constituir caminho de santidade, carisma de espiritualidade no qual a dimensão contemplativa da fé e da vida ocupa um lugar primordial”.
E porque falar da espiritualidade carmelita é ter presente grandes modelos nessa área, o prelado frisou o testemunho não só de Nossa Senhora, mas também do profeta Elias, de Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz e Santa Teresinha do Menino Jesus.
D. Manuel Quintas exortou ainda os presentes a “crescer mais na dimensão contemplativa da vida, particularmente na oração, na escuta interiorizada da Palavra para que seja ela a alimentar a fé” e ao testemunho, abertos à acção do Espírito Santo. O Bispo do Algarve apelou ainda à adesão à espiritualidade carmelita que “não é exclusiva de alguns, mas é para todos”.
À Eucaristia seguiu-se a procissão, presidida pelo pároco de São Pedro de Faro, o padre Manuel Rodrigues, com o Santíssimo Sacramento e a imagem de Nossa Senhora do Carmo que percorreu algumas das principais artérias da baixa de Faro.
As comemorações de ontem, participadas pelas principais entidades oficiais da cidade, encerraram um programa festivo que teve início no passado dia 7 de Julho com a novena de oração e que contou ainda com a imposição de escapulários a devotos de Nossa Senhora do Carmo (dia 13) e com o tríduo preparatório (de dia 13 a dia 15).
Samuel Mendonça