A organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023, em Lisboa, abriu em junho de 2021 as inscrições para o coro que vai animar as celebrações daquele encontro dos jovens com o Papa Francisco em agosto do próximo ano.
Depois das inscrições destinadas a pessoas entre os 15 e 30 anos de idade à data de 31 de agosto de 2023, com “experiência coral e competências básicas de leitura musical”, seguiu-se uma pré-seleção feita pelos comités organizadores diocesanos em junho e julho de 2021 e as audições presenciais em Lisboa em outubro e novembro daquele ano.
Este processo seletivo resultou na captação de cerca de 200 elementos de todo o país, incluindo cinco do Algarve escolhidos para integrar o coro da JMJ 2023. Três pertencem às paróquias de Tavira, um à paróquia de Quarteira e outro às paróquias de Loulé. Em comum têm o facto de nunca terem participado numa JMJ, sendo unânimes em considerar que a participação na edição de Lisboa, no seu país e logo com uma missão tão especifica, será “muito especial”.
Aqueles cantores explicaram ao Folha do Domingo que as provas de admissão consistiram na interpretação de uma de duas músicas escolhidas pela coordenação da equipa de música da JMJ 2023 e na execução de um ditado melódico.
Tita Valente, uma dos que pertencem às paróquias de Tavira, acrescentou que a seleção foi sendo feita de acordo com os quatro naipes pelos quais estão distribuídos: sopranos, contraltos, tenores e baixos. “Sou contralto. Mais especificamente contralto 2, que acaba por ser a voz mais grave dentro do naipe das mulheres”, precisa aquela educadora social que também pertence ao coro tavirense ‘Jubilate Deo’. “Canto lá há muitos anos e o gosto tem vindo sempre a crescer”, prossegue a cantora, explicando que cresceu num ambiente ligado à música por causa da sua irmã. “Comecei a aprender violino aos nove anos e depois fui sempre caminhando”, conta.
Sobre a decisão de se inscrever no coro da JMJ 2023 diz ter sido “um desafio”. “Se é um dom que Deus nos dá, temos de o pôr ao serviço dos outros”, afirmou perentória.
Também pertencente às paróquias de Tavira, André Oliveira, engenheiro informático a trabalhar na área do desenvolvimento web, é barítono e o único rapaz do grupo algarvio. “Aos sete anos disse à minha mãe que não queria aprender a tocar piano, mas guitarra. Um pouco obrigado, acabei por ir para o coro da Academia de Música [de Tavira] e depois ingressei num coro que uma amiga tinha formado”, referiu aquele membro do coro paroquial de Tavira, explicando que o desafio para se inscrever no coro da JMJ foi-lhe proposto pelas colegas.
“Foi um desafio que nos propusemos uns aos outros”, precisa Adriana Silva, a terceira paroquiana de Tavira. Também educadora social, a cantora explica ser “soprano 1, a voz mais aguda dentro do naipe das mulheres” e cantar “só há dois anos”.
As restantes cantoras algarvias são Margarida Espadinha, da paróquia de Quarteira, e Carlota Dores, das paróquias de Loulé. A primeira é também soprano, estudante do 12º ano e pertence ao Coro Juvenil de São Pedro do Mar. “Apareceu esta oportunidade e decidi candidatar-me porque achei que seria uma experiência muito interessante e única na vida”, refere. A segunda, estudante universitária em Lisboa, foi a única dos cinco algarvios a participar na gravação do hino da JMJ 2023.
O primeiro ensaio realizou-se em julho deste ano e no próximo mês de outubro haverá outro. Até lá os coralistas têm de ensaiar as músicas que lhes foram confiadas. Com o aproximar do encontro de Lisboa, que vai decorrer de 1 a 6 de agosto de 2023, os ensaios mensais vão ser mais intensivos, com a duração de um fim-de-semana, e a partir de março já com orquestra.
Durante a JMJ, o coro vai animar cinco celebrações: a Missa de abertura, o acolhimento ao Papa, a via-Sacra, a vigília e a Missa de envio.
com Agência Ecclesia