O padre Pablo Lima, diretor nacional da Pastoral Juvenil, defendeu que ser “preciso que o trabalho da Igreja na área da Pastoral Juvenil se repense”. O sacerdote considerou que, “desde há cerca de 30 anos, houve um desinvestimento na pastoral dos jovens”. “Não há uma opção da Igreja pelos jovens”, lamentou, recordando o fim da Ação Católica em Portugal. O orador considerou que “o investimento de pessoas no âmbito da Pastoral Juvenil não corresponde ao discurso” dos agentes da Igreja. “É um problema de gerações e de passagem do testemunho” que considerou estar em causa.

O sacerdote considerou que “a crise não é dos jovens, mas de uma geração de pais e educadores, incluindo o Estado e a Igreja” e constatou que a “transmissão da fé falhou rotundamente”. “O trabalho que se faz é muito pouco relativamente ao que se podia fazer”, defendeu, lembrando que os “jovens de outras Igrejas cristãs estão presentes e o processo de secularização é o mesmo para eles”.

O padre Pablo Lima considerou que os jovens estão hoje “mais entusiastas quando são convidados a trabalhar”, “mais generosos, solidários e sociais”, lembrando os 24 mil jovens que colaboraram com o Banco Alimentar Contra a Fome na última campanha de novembro . “Temos de trabalhar nas propostas que fazemos porque as experiências das IPSS não confessionais provam isso”, exortou, acrescentando que os jovens estão também “mais sedentos de verdadeira espiritualidade”.

Ana Duarte, delegada regional do Alentejo do IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional, lembrou que “quem cria emprego são as empresas e o mercado”. “A administração pública já criou emprego, mas agora não cria emprego, nem postos de trabalho”, acrescentou.

A oradora deteve-se na organização, estruturação e competências do IEFP e assegurou que os desempregados no Alentejo, em dezembro de 2010, eram 22 mil e 900, “menos do que em dezembro de 2003 e dezembro de 2005”, sendo “sobretudo mulheres e pessoas entre os 35 e 54 anos”. Apesar de reconhecer que “estamos a sofrer o efeito social da crise financeira”, disse que estes dados dão-nos a “esperança de que alguma coisa se está a inverter”.

Ana Duarte lembrou ainda que “o Estado deu dinheiro às empresas por via da segurança dos postos de trabalho”, referindo-se ao chamado layoff, e que o Programa Novas Oportunidades consiste apenas em “reconhecer competências que as pessoas tinham”.

O casal José Manuel e Helena Boavida Gonçalves testemunharam a educação para a partilha e para os valores que fazem com os filhos, bem como as manobras realizadas para a gestão da economia familiar.

Samuel Mendonça

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico