
Os cerca de 600 quilos de cocaína apreendidos ontem a bordo de um veleiro ao largo de Sagres têm um valor estimado de 19 milhões de euros no mercado, disse fonte da Polícia Judiciária (PJ).
De acordo com o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), a apreensão constituiu “um rude golpe” na organização criminosa, uma vez que o valor da cocaína pode chegar aos 19 milhões de euros “a preços praticados na rua”.
Em conferência de imprensa realizada no Ponto de Apoio Naval da Marinha em Portimão, o diretor da UNCTE indicou que a apreensão da droga e a detenção dos dois tripulantes do veleiro de 12 metros de comprimento, oriundo da República Dominicana, resultou da colaboração de várias entidades internacionais.
O diretor da UNCTE acrescentou que a embarcação, que navegava com pavilhão britânico caducado desde 1999, era proveniente da República Dominicana, nas Caraíbas, e “teria como destino a Europa”.
“Existe um trabalho sistemático e diário entre as várias entidades internacionais de estudo de todos os movimentos destas organizações, o que nos permitiu em complementaridade com a Marinha e a Força Aérea, partir para a identificação, localização e abordagem desta embarcação em alto mar”, referiu Joaquim Pereira.
O responsável da UNCTE sublinhou que “esta investigação está ainda numa fase inicial e o grosso da investigação está por fazer”.
Joaquim Pereira disse ainda que aquando da abordagem à embarcação, “os dois tripulantes estavam desarmados e não ofereceram resistência”.
Segundo uma nota da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), os dois homens, de nacionalidade ucraniana, de 39 e 45 anos, partiram da América do Sul, navegaram ao largo dos Açores e da Madeira, tendo sido abordados em águas territoriais portuguesas, próximo do território continental, pela Polícia Judiciária (PJ), com o auxílio da Marinha Portuguesa, na terça-feira.
Segundo uma nota da PGDL, os 599 fardos de cocaína correspondem a 599 quilogramas e a cerca de 2.995.000 doses individuais.
Os dois homens, que estão “fortemente indiciados pelo crime de tráfico de estupefacientes agravado pelo intuito lucrativo”, ficaram sujeitos à medida de coação de prisão preventiva, depois ontem terem sido presentes ao primeiro interrogatório judicial.