A comunidade algarvia dos sacerdotes da Congregação do Espírito Santo (espiritanos), também conhecidos como Missionários do Espírito Santo, está a promover o apoio ao Projeto de Desenvolvimento Integrado de Lembá (PIDL), em São Tomé e Príncipe.
Esse apoio está a ser promovido no âmbito do ‘Abraçar a Missão’, um projeto de voluntariado missionário internacional de curta duração daquela congregação – iniciado há dois anos com uma experiência em Angola e que no ano passado prosseguiu naquela instituição são-tomense –, e que reúne a ONGD Sol sem Fronteiras (Solsef), a Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM) e o Movimento Missionário de Professores (MOMIP) dos espiritanos.
O PIDL é uma resposta social, gerida pela Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), desde 1999 e que abrange três vertentes: educativa, apoio social, emprego e formação no âmbito da promoção da mulher e do empreendedorismo.
Atualmente, a instituição conta com o jardim de infância ‘Pimpolho’ que acolhe 500 crianças dos 2 aos 5 anos, com a Escola Mãe Clara que abrange o ensino básico do 1º e 2º ciclos com cerca de 1200 alunos, com o Centro de Formação e Ocupação de Tempos Livres (CAEB) que dá apoio a crianças de manhã e à tarde com atividades variadas, desde a dança ao teatro e da música ao apoio ao estudo, e com o lar de idosos que acolhe 20 utentes internos e fornece o almoço a mais 35 idosos e um cabaz mensal de alimentos a 150 anciãos.
O PIDL promove ainda formação em informática para a juventude e tem a funcionar um serviço de carpintaria para homens e outro de costura com mulheres, para além de assegurar o serviço pastoral no âmbito da catequese e da liturgia.
A instituição, que conta com 105 colaboradores, é ajudada por voluntários, incluindo alguns de Portugal, e recebeu a visita do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a sua visita ao país há cerca de um ano.
O padre Paulinus Anyabuoke, um dos sacerdotes espiritanos a trabalhar no Algarve, tem vindo a dar a conhecer o projeto às paróquias algarvias com vista ao seu apoio ao nível da catequese. No último Dia Diocesano do Catequista, atividade na qual apresentou o projeto, disse estar disponível para continuar a apresentação àqueles educadores. “É preciso as nossas crianças conhecerem estas realidades para conseguirem também valorizar o que têm”, afirmou, exortando cada um dos catequistas a “fazer uma mochila com materiais escolares” para ser enviada para São Tomé e Príncipe. “Já recebemos muitas da paróquia da Conceição de Faro”, contou, anunciando que também as paróquias de Lagos e Loulé pediram a apresentação do projeto.
Ao Folha do Domingo, o sacerdote considerou o projeto uma mais-valia no contexto do presente Ano Missionário que a Igreja portuguesa está a viver até outubro de 2019. “Durante este Ano Missionário este projeto está em cima da mesa. O projeto é anterior ao anúncio do Ano Missionário que calhou bem”, afirmou, explicando que os 11 núcleos paroquiais algarvios da LIAM estão também a colaborar e que outras paróquias que não tenham ainda aquele movimento poderão também assumi-lo.