No espaço de pouco tempo, cinco empresas têm, alegadamente, a pretexto de colaborarem com instituições de caridade, abusado da boa-fé e dignidade das instituições com objetivos nublosos, disse hoje à Lusa o presidente da AMAL, Macário Correia.
Segundo Macário Correia, a atuação das empresas, está a ser avaliada e terá de ser investigada, porque existem situações de uso público ao abrigo de uma causa nobre, cujos contornos não são claros.
Segundo a AMAL, que agrega os 16 municípios algarvios, foi solicitada às câmaras municipais do Algarve autorização gratuita para a colocação de contentores para a recolha de roupa, calçado e brinquedos para serem distribuídos por instituições de caridade, mas os mesmos estarão a ser usados para fins comerciais.
Normalmente pedem a ocupação do espaço público gratuito, envolvem uma instituição de caridade local e prometem “kits” de roupa, lê-se num comunicado da AMAL.
Segundo a Comunidade Intermunicipal do Algarve, as empresas, em vez de entregarem os bens doados às instituições de caridade, servem-se da roupa para obterem fibras a custo zero.
A AMAL acrescenta que as empresas, em vez de obterem esses recursos nos mercados habituais, aproveitam-se da generosidade da população, a qual pensa de boa-fé estar a prestar um serviço público aos mais carenciados.
O conselho consultivo da AMAL, que integra os 16 municípios do Algarve, considera a situação fraudulenta e alerta para que todas as entidades, câmaras, escolas e juntas de freguesia deixem de colaborar com estas empresas.
Lusa
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