Foto © Samuel Mendonça

Durante o ano de 2016, a Conferência Beato Nuno de Santa Maria da Sociedade de São Vicente de Paulo voltou a apoiar cerca de centena e meia de famílias carenciadas do concelho de Faro.

Aquela conferência vicentina, sedeada em Faro, que conta com 88 anos de ação sóciocaritativa, fez chegar no último ano ao domicílio dos agregados beneficiários mais de 50 toneladas de alimentos, a mesma quantidade que no ano anterior.

A organização refere que o seu trabalho só foi possível por causa da parceria com o Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve, e acrescenta que, para além de alimentos, foram também doados outros bens, como detergentes, roupas ou móveis.

Em comunicado enviado ao Folha do Domingo, aquela conferência vicentina adianta que distribuiu também de 8.219 euros em dinheiro para ajudar as famílias a pagar rendas de casa e alguns medicamentos. A instituição explica que se tratam de “famílias extremamente pobres, muitas delas sem trabalho, idosos e até deficientes ou com reformas de miséria”.

A organização, que assegura não receber apoios oficiais há vários anos, explica que o dinheiro foi angariado através de peditórios feitos à porta de igrejas locais (6.585 euros), das quotas de associados (1.564 euros), de donativos particulares (1496 euros) e de coletas (140 euros).

A Conferência Beato Nuno de Santa Maria lamenta a redução de colaboradores efetivos, muitos devido à “avançada idade” e “outros desiludidos pela falta de apoio de quem o deveria prestar”, destacando, no entanto, que o “forte apoio da sociedade civil” nunca faltou.

A conferência vicentina destaca ainda a colaboração dos próprios beneficiários. “Na falta de efetivos suficientes, este nosso trabalho só tem sido possível com a colaboração de muitos dos beneficiários quer no transporte, quer na distribuição”, refere o comunicado.

A Sociedade de São Vicente de Paulo, inspirada no santo francês com o mesmo nome que viveu entre 1581 e 1660, foi fundada em Paris no ano de 1833 por um grupo de estudantes liderados pelo Beato Frédéric Ozanam, tendo chegado a Portugal em 1859, quando foi criada a primeira Conferência, em Lisboa.