
A Conferência Beato Nuno de Santa Maria da Sociedade de São Vicente de Paulo, durante o ano de 2014, passou a apoiar cerca de 170 famílias, quando no ano anterior apenas o tinha feito a cerca de uma centena.
Segundo aquela conferência, o aumento deveu-se a uma solicitação do Banco Alimentar Contra a Fome do Algarve para que apoiassem mais cerca de 60 famílias, residentes na zona de Santo António do Alto, que entretanto deixaram de ser apoiadas pela Fundação António da Silva Leal. “Trata-se de famílias com muitas carências, muitas vindas de bairros de barracas existentes na cidade ou arredores. Agora vivem em casas sociais da Câmara Municipal de Faro, muitas delas sem trabalho ou com reformas de miséria”, explica um comunicado da organização, que adianta serem distribuídos semanalmente por aquelas pessoas mais de 700 quilos de frutas e legumes.
No total, a conferência vicentina fez chegar no último ano ao domicílio de famílias carenciadas do concelho de Faro mais de 25 toneladas de alimentos, quando no ano anterior a quantidade distribuída tinha sido de 13 toneladas.
A organização católica, que completou 86 anos de ação sóciocaritativa exercida naquele concelho, explica que distribuiu também de 8.280 euros em dinheiro que ajudaram as famílias beneficiárias a pagar medicamentos, parte de rendas de casa, gás, entre outras necessidades.
Segundo aquela entidade, o dinheiro foi angariado através de peditórios feitos à porta de igrejas locais (6.118 euros), das quotas de associados (1.736 euros), de donativos particulares (632 euros) e de coletas (233 euros).
A Conferência Beato Nuno de Santa Maria, que lamenta ter “cada vez menos trabalhadores efetivos”, explica que só tem sido possível prestar a ajuda porque tem contado com “muitos voluntários sem-abrigo” que colaboram concretamente na carga e descarga de alimentos, sendo simultaneamente beneficiários a quem a organização ajuda sempre que precisam.
A conferência vicentina, que faz um “balanço muito positivo” do trabalho realizado no ano transato, recorda que “há muito” que não recebe apoios de entidades oficiais, contando apenas com as ajudas da sociedade civil e de algumas empresas.
A conferência vicentina agradece a todos os que, de qualquer modo, contribuíram para que fosse possível este “gratificante trabalho de amor” a favor dos “irmãos mais pobres”.
A Sociedade São Vicente de Paulo desenvolve o seu trabalho através de 900 conferências vicentinas com mais de 1500 vicentinos a trabalhar no terreno para apoiar espiritualmente e materialmente os mais necessitados.
A Sociedade de São Vicente de Paulo, inspirada no santo francês com o mesmo nome que viveu entre 1581 e 1660, foi fundada em Paris no ano de 1833 por um grupo de estudantes liderados pelo Beato Frédéric Ozanam, tendo chegado a Portugal em 1859, quando foi criada a primeira Conferência, em Lisboa.