O Comité Organizador Diocesano (COD) do Algarve para a Jornada Mundial Juventude (JMJ) lançou a um dos seus elementos com formação musical o desafio da criação de um grupo coral para a animação litúrgica da Eucaristia de envio dos jovens que rumarão do Algarve a Lisboa para participar naquele acontecimento.
Ricardo Starkey, que também integra o Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve, agarrou a proposta e procurou selecionar “vozes, mais ou menos conhecidas, de outros eventos” que têm acontecido na diocese e o coro foi constituído por 50 membros de paróquias de Portimão a Tavira.

À reportagem do Folha do Domingo, o responsável pela direção musical do coro constituído explica que os ensaios começaram só no final do passado mês de junho e que o principal desafio tem sido a uniformização dos cânticos. “Há músicas que são cantadas em várias paróquias da nossa diocese, mas cada uma num estilo diferente ou tempos diferentes ou mesmo notas diferentes. Acaba por ser um desafio fazer com que cantem ao mesmo ritmo, a mesma melodia”, contou Ricardo Starkey que tem formação musical do 5º grau.

As músicas escolhidas para a Missa de envio, que terá lugar no dia 30 deste mês no Estádio Algarve, são hinos de anteriores JMJ e outras cantadas naqueles encontros que não foram hinos, canções da comunidade católica Shalom, do padre Tarcízio Morais e do coro do Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV).

O grupo coral, que tem ensaiado no Centro Paroquial de Loulé, teve ontem o seu quarto ensaio e ainda terá mais um, sem contar com o que fará no dia da Missa de envio já no Estádio Algarve. Para além desse, os instrumentistas ainda se reunirão para um ensaio só com instrumentos.

Uma das jovens convidadas por Ricardo Starkey foi Maria Neto, das paróquias de Tavira. Aquela jovem canta habitualmente nas Eucaristias dominicais, pese embora não tenha formação musical. Sobre o motivo que a levou a aceitar o convite para integrar o coro diocesano diz ter sido a vontade de colaborar. “O padre António [de Freitas, assistente do COD] dizia no outro dia que estamos aqui para ajudar os outros num momento de oração”, referiu aquela jovem que participará na JMJ Lisboa 2023, acrescentando que cantar também a ajuda a concentrar-se melhor em si e em Deus.

Também David Santos, das paróquias de Loulé, costuma cantar no coro todos os sábados na Missa que tem lugar naquele Centro Paroquial e também em eventos como casamentos. Aquele jovem, que também participará na JMJ em Lisboa e que tem alguma formação musical, conta que aceitou o desafio de pertencer ao coro porque gosta “muito de cantar”, mas também porque o projeto está relacionado com a JMJ. “Não podia deixar passar esta oportunidade”, refere, considerando que o “convívio”, a “unidade”, poder “cantar para Cristo” e “fazer novos amigos” foram outros motivos que o atraíram.

Patrícia Mendes, da paróquia da matriz de Portimão e membro também do COD, aceitou igualmente o convite do diretor musical. Aquela jovem, que também canta no coro paroquial, embora sem formação musical, e que também participará no encontro com o Papa em Lisboa, diz ser preciso pôr os “dons a render”. “Como tal, achei que se o faço para a minha paróquia também o devo fazer para a minha diocese”, sustenta.
Questionado sobre se aquele coro poderá ter futuro para além da JMJ, Ricardo Starkey diz que sim. “Seria interessante termos um coro para outros momentos e orações organizados pelo Setor Diocesano da Pastoral Juvenil”, refere, acrescentando que noutras dioceses isso já acontece.
A Missa de envio dos participantes na Jornada Mundial da Juventude decorrerá no dia 30 deste mês no Estádio Algarve, pelas 16h30, em espaço à sombra e terá entrada livre. O bispo do Algarve dirigiu uma mensagem à diocese a apelar à mobilização para aquela celebração.