“A Câmara de Faro não tem nada a ver com o caso dos submarinos”, declarou à Lusa o presidente de Faro, Macário Correia, adiantando que Jurgen Adolf entregou um projeto na autarquia para um empreendimento turístico num terreno de 13 hectares.

“O processo é antigo, tem vários anos e ninguém tinha dado seguimento, mas agora entendeu-se que o projeto tem pernas para andar, está assinado por um arquiteto e tem um prazo de um ano para a empreitada”, acrescentou o presidente da autarquia.

O terreno localiza-se na freguesia de Santa Bárbara de Nexe, e prevê um hotel de quatro estrelas e campo de golfe de nove buracos, disse hoje à Lusa Macário Correia.

A Câmara de Faro realizou no sábado, dia 27, uma visita de autarcas às obras e equipamentos municipais no concelho entre os quais o “Hotel Adolf” em Santa Bárbara de Nexe, o projeto do cônsul português recentemente suspenso de todas as funções relacionadas com o seu cargo em Munique (Alemanha).

A revista alemã Der Spiegel, na sua última edição, noticiou que um cônsul honorário de Portugal, que não identificava, terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.

O governo alemão informou depois a embaixada portuguesa em Berlim de que o cônsul honorário em Munique foi indiciado por tráfico de influências e corrupção, no âmbito da investigação à empresa alemã Ferrostaal.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, disse na quarta feira à Lusa que o Governo tomará uma decisão definitiva sobre o cônsul honorário de Portugal em Munique, suspeito de envolvimento no caso dos submarinos, após a averiguação das denúncias.

Luís Amado ressalvou que o Governo português, assim que foi informado pelas autoridades alemãs de que havia um processo de investigação em curso por parte do Ministério Público, decidiu imediatamente suspender as atividades de Jurgen Adolff.

Lusa