A informação surge no mesmo dia em que o movimento de luta laboral Precários Inflexíveis denunciou à Lusa a contratação, por parte da Groundforce, de trabalhadores temporários para suprimir as vagas deixadas em aberto pelo despedimento coletivo de 360 trabalhadores no aeroporto de Faro.
"Esta é a estratégia de rentabilizar empresas à custa do trabalho precário e da vida das pessoas. Aquilo que está em causa é embaratecer e desbastar todo o valor do trabalho do qual as pessoas vivem e dos seus salários, para meterem trabalhadores que ganham menos, têm menos direitos, são mais pressionados e chantageados”, afirmou Rui Maia, dos Precários Inflexíveis.
Para Rui Maia, o recrutamento de trabalhadores temporários para suprimir as vagas deixadas em aberto pelo despedimento coletivo da Groundforce no aeroporto de Faro “enquadra-se na perspetiva de precarização global da força de trabalho" e é "completamente inaceitável e ilegal".
Armando Costa, da Comissão de Trabalhadores da Groudforce, manifestou também à Lusa o "repúdio" pela situação denunciada por este movimento, que disse ir "prejudicar o serviço uma vez que os trabalhadores precários não têm a mesma formação, o ‘know-how’, a vivência do dia a dia e o vestir de camisola que os trabalhadores permanentes tinham".
A responsável por esta agência de recrutamento em Faro lamentou a situação criada por estas declarações, garantindo que não é verdade que a Adecco esteja a recrutar pessoas para a Groundforce. "São 100 pessoas que vão começar em formação, eles poderão abrir 100 vagas, é essa a expetativa", afirmou Ana Tenente.
No anúncio colocado na página da Adecco lê-se que há ainda 20 vagas em aberto para a função de handling de bagagem em rampa e tapetes, "para iniciar a 21 de fevereiro", e não é referido o nome do cliente.