A iniciativa para a dinamização do turismo religioso algarvio, promovida entre a Diocese do Algarve e diversos parceiros, vai ser dada a conhecer no VIII Congresso Mundial de Pastoral do Turismo, que acontecerá em Santiago de Compostela (Espanha), de 05 a 08 de outubro.
O padre Miguel Neto, diretor nacional da Pastoral do Turismo – Portugal (PTP) e sacerdote da Diocese do Algarve, e Sandra Cortes-Moreira, que também faz parte daquele organismo da Conferência Episcopal Portuguesa e da equipa do Setor Diocesano da Pastoral do Turismo, que vão ser oradores no evento, terão a incumbência de apresentar o projeto, que para além de possibilitar a abertura das igrejas do sotavento algarvio para visitas, irá ainda promover a empregabilidade naquela zona de pessoas portadoras de deficiência e com dificuldades de integração no mercado de trabalho.
A comunicação do PTP, intitulada “A proposta pastoral portuguesa, projeto em ação”, abordará a possibilidade de cooperação com instituições da sociedade civil, que está a ser implementada no Algarve, com o objetivo de formar pessoas que, neste momento, já se encontram em contexto de formação no local de trabalho, abrindo diversas igrejas das paróquias que constituem a vigararia de Tavira.
“Acreditamos, como aliás pensamos ser o pensamento da Santa Sé, que a Igreja tem de abrir-se aos que a rodeiam, tem de aprender e valorizar as experiências dos leigos, que podem ser motor de desenvolvimento de projetos com multa qualidade e, ao mesmo tempo, abrir-se a aprendizagens com outros agentes do setor do turismo”, salienta o padre Miguel Neto numa nota de imprensa enviada pela PTP, clarificando: “Só estando lado a lado e fomentando sinergias, podemos dinamizar o turismo religioso como um produto de grande importância e, no caso da Igreja Católica, com características que importa comunicar, para que quem entre numa Igreja – sejam guias intérpretes, turistas, etc. – saiba interpretar os sinais que ela contém”.
“Vamos dar nota de algumas das preocupações que a PTP tem e que se refletem na sua ação, nomeadamente o aprofundamento da relação da Igreja com a sociedade civil e os agentes de turismo”, acrescenta o sacerdote. “O título que quisemos dar à nossa palestra reflete, precisamente, a nossa intenção de dar a conhecer o que é, desde o nosso ponto de vista, mais importante, neste momento: a ação, as atividades que possam facilitar, não apenas o entendimento desta área da pastoral por parte dos stakeholders do turismo (Organizações de Gestão de Turismo, como o Turismo de Portugal e os seus homólogos regionais, investigadores/academia, governantes), mas reforçar veementemente que nos cabe um papel de intervenção e acolhimento realizado com qualidade, para que o turismo religioso tenha, marcadamente, a dimensão de compreensão, de envolvimento e de acolhimento”, refere o diretor nacional da PTP.
A organização do congresso, cujo tema é tema «Turismo e Peregrinação: Caminhos de Esperança», é do Arcebispado de Santiago de Compostela, do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé) e da Conferência Episcopal Espanhola (através do seu serviço de Pastoral do Turismo).
Presentes estarão alguns peritos internacionais em Pastoral do Turismo, para além dos cardeais Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento integral (Santa Sé), e Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização (Santa Sé), o cardeal Juan José Omella, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, o patriarca latuno de Jerusalém, D. Pierbattista Pizzaballa. Outra presença de peso é Zurab Pololikashvili, secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (WTO/OMT).
“Os efeitos que ainda se sentem da COVID-19 neste setor, bem como a guerra na Ucrânia, a necessidade de um turismo mais sustentável e respeitoso das comunidades locais serão alguns dos temas em discussão. Também se abordará a elaboração de uma teologia do descanso, bem como o «anti-turismo», fenómeno profundamente ligado ao tráfico de pessoas, à prostituição e novas formas de escravidão”, acrescenta a nota de imprensa.
