O tríduo preparatório para a celebração em Faro da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, vulgarmente conhecida por Corpo de Deus, arrancou ontem à noite com o testemunho de um casal sobre a temática “Família e Eucaristia”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“A Eucaristia foi caminho na nossa vida de solteiros, foi caminho na nossa vida de casados sem filhos e continua a ser agora caminho na nossa vida de casados já com três filhos”, testemunharam Cecília Miranda e João Pedro Guedes, casados há sete anos, na partilha que teve lugar na Sé de Faro, realçando que a Eucaristia faz parte da sua “história como casal”.

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Aqueles paroquianos da Sé de Faro, com três filhos de um, três e cinco anos de idade, garantiram que os levam sempre à Eucaristia. “Estamos a investir num projeto futuro e, sobretudo, num projeto de fé e salvação dos nossos filhos”, justificou João Pedro Guedes, acrescentando: “sentimos que o melhor que lhes podemos dar é transmitir-lhe a nossa fé, a fé em Jesus Cristo. Porque, por muito que eles tenham, em última instância, o que lhes vai valer é isso. Por isso, eu e a Cecília temos essa preocupação, vimos sempre à Missa com eles e temos momentos de oração com eles em casa”.

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“Temos de oferecer o sacrifício de não conseguirmos ter estado com a devoção e a entrega que queríamos pelos nossos filhos que são a nossa missão”, complementou Cecília, constatando haver pais que só começam a motivar a participação dos filhos na Eucaristia depois de começarem a frequentar a catequese. “É mais difícil porque, para uma criança de sete anos, que nunca veio à Missa, é uma chatice”, defendeu, justificando ser mais difícil naquela circunstância, “de repente”, ter de decidir entre “ir à festa de anos de um amigo ou passear com alguém porque tem de ir à Missa e estar uma hora quieto”.

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Mas aquela mãe alerta que “não vale a pena ir à Missa com os filhos se depois não se faz o trabalho de casa”. “Nós vimos à Missa com eles, mas há depois uma rotina diária de oração à noite, antes de dormir, que os faz sentir que Jesus faz parte da sua vida e da sua família”, sustentou.

João Pedro contou, a propósito, que neste mês de maio – anualmente dedicado pela Igreja a Maria – desenvolveram uma “estratégia para rezar o terço” em família. “As contas do terço têm uma bolinha para eles pintarem e cada vez que rezamos uma Avé Maria e um Pai Nosso eles vão pintando. Ao mesmo tempo que estão a brincar, estão a aprender a rezar”, contou.

Cecília lembrou que “as crianças aprendem pelo exemplo muito mais do que pelas palavras”. “Claro que há muitos pais que deram uma educação cristã aos filhos e depois eles fizeram um caminho diferente. Não somos livres de isso nos acontecer. Os filhos não são nossos e vão fazer o caminho deles, mas nós temos de fazer a nossa parte que é dar-lhes instrumentos para eles se poderem desenvolver e a sua fé poder crescer. E ir à Missa com eles é o principal instrumento”, referiu.

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O pároco da Sé lembrou, a propósito, os pais que, não obstante a educação cristã que deram aos filhos, “vivem com uma tristeza e uma mágoa porque eles descobriram Jesus e a importância de Deus e agora que aquele tesouro, que é Deus, é importante para as suas vidas não o conseguem fazer passar para os seus filhos”. “Este testemunho não foi para colocar-nos mais tristes, se eventualmente a nossa história passa por isto, mas é, sobretudo, para nos alegrarmos porque há quem encontre este amor que é Jesus e o queira fazer passar para a sua família”, completou o cónego Rui Barros Guerreiro.

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Depois do testemunho daquele casal, que também pertence às Equipas de Nossa Senhora, seguiu-se um momento de adoração eucarística orientada pelo coro da Sé. Durante a oração, rezou-se pelo V Congresso Eucarístico Nacional – ao qual está associada aquela iniciativa preparatória da celebração em Faro da solenidade do Corpo de Deus – para que a sua preparação e a celebração “levem a uma autêntica renovação espiritual das comunidades cristãs”.

Hoje, o segundo dia do tríduo preparatório, terá lugar na igreja de São Luís, também pelas 21h30, com o testemunho de um outro casal sobre a mesma temática, seguido da adoração eucarística orientada por elementos que participaram em Convívios Fraternos. Amanhã, o tríduo encerra-se com a intervenção do padre Pedro Manuel, delegado da Diocese do Algarve aos congressos eucarísticos (nacionais e internacionais), na igreja matriz de São Pedro, também pelas 21h30, seguida da adoração ao Santíssimo Sacramento, orientada pelas consagradas da cidade.

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Na quinta-feira, 30 de maio, o programa da celebração da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em Faro terá início pelas 15h30, na igreja de São Pedro, com a adoração eucarística. Às 17h terá lugar a adoração eucarística das crianças da Primeira Comunhão, seguida, às 17h30, da oração da tarde e, às 18h, terá início a procissão pelas ruas da cidade em direção à Sé.