
“Eu, na televisão, vi muitas notícias da Venezuela, onde há muitas pessoas pobres que não têm o que comer”, lamentava a Madalena, uma das crianças do segundo ano da catequese da paróquia de São Pedro de Faro que se uniram a outras pertencentes ao grupo Gen 4 (crianças dos 4 aos 8 anos) do Movimento dos Focolares no Algarve para levarem a cabo uma iniciativa de angariação de fundos para as crianças da daquele país e também da Síria.

O comentário da Madalena foi feito, no passado dia 14 deste mês, na sessão de catequese em que foi entregue o montante recolhido de 217 euros à Cáritas Diocesana do Algarve que se fez representar pelo seu presidente.
O donativo irá integrar o montante recolhido no âmbito da última campanha de Natal da Cáritas ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’ que reverterá em 35% para o acesso à saúde e apoio nutricional a crianças até aos 5 anos e mulheres em situação de gravidez de risco que são ajudadas pela congénere venezuelana através do projeto ‘Nutrir com Esperança’.
As catequistas e os catequizandos explicaram ao presidente da Cáritas algarvia que a iniciativa solidária consistiu na confeção em gesso de pequenas esculturas do Menino Jesus e na construção das respetivas manjedouras com a ajuda dos pais, catequistas e muitos voluntários. Os trabalhos foram depois oferecidos na baixa de Faro aos transeuntes no dia 15 de dezembro passado, procurando sensibilizá-los para o verdadeiro sentido do Natal.
Em troca daquele gesto de Natal, os presenteados, depois de sensibilizados também para o fim solidário, poderiam fazer algum donativo, caso o entendessem. “No Natal abramos o nosso coração para acolher Jesus que está presente nas crianças que sofrem por causa das guerras, da violência e da fome”, propunha a campanha, intitulada “Desalojaram Jesus”.
Carlos Oliveira agradeceu-lhes em nome das crianças venezuelanas. “A vossa ajuda não vai resolver o problema daqueles meninos todos porque eles são muitos, mas vai ajudar um bocadinho para que eles consigam ter um ajuda para um medicamento que falte”, afirmou, lembrando-lhes que “a Venezuela é um país em que as pessoas adultas e as crianças estão a sofrer muito porque não têm o que comer, o que vestir e, mais grave do que isso, não têm medicamentos”, observou.
“Essa vossa iniciativa é muito importante porque se chama partilha. Vocês foram muito importantes porque ajudaram a pedir àquelas pessoas que podiam para dar o seu contributo monetário para a Venezuela e nós vamos fazê-lo chegar à Cáritas de lá”, assegurou, explicando que em abril próximo decorrerá um conselho geral em Portugal no qual a congénere venezuelana participará. “Vou entregar diretamente a eles”, garantiu.

Carlos Oliveira pediu-lhes ainda que fizessem um desenho para as crianças daquele país para acompanhar o donativo. “Eles vão ficar muito satisfeitos. E acho que vão mandar resposta”, calculou.
Aquele responsável pediu-lhes ainda que estejam atentos aos seus colegas e amigos para dizerem ao catequista quando acham que algum deles está a viver com dificuldades, lembrando-lhes que “às vezes, para ajudar o outro, basta uma palavra”. O presidente da Cáritas recordou-lhes que a instituição “recebe sempre roupas, alimentos e brinquedos” para as crianças carenciadas da cidade e também para outras, cujo pedido seja feito por paróquias de fora de Faro e contou-lhes que a estava a preparar um envio de material escolar e alguns brinquedos para as crianças de São Tomé e Príncipe.
Relativamente à Síria, aquela iniciativa natalícia das crianças rendeu 130 euros que serão entregues na próxima semana pelo Movimento dos Focolares no Algarve ao Movimento dos Focolares na Síria, à margem de uma formação internacional que decorrerá em Roma. Reverterão para o funcionamento de um hospital de campo em Damasco que assiste crianças doentes com cancro, no qual estão a colaborar elementos daquele movimento.