D. Manuel Quintas, que falava nas XI Jornadas de Ação Sócio-caritativa, que decorreram no Centro Pastoral e Social de Ferragudo, subordinadas ao tema “O agir cristão em tempo de crise”, disse ter constatado este aumento na análise às estatísticas da diocese, relativas ao ano transato. Recebidos das paróquias algarvias, estes dados, pedidos pela Santa Sé, irão agora ser reencaminhados para Roma.

Face a esta situação, o prelado apelou a uma colaboração, cada vez mais, abrangente. “Todos somos necessários quando o bem-comum está em causa. É desta conjugação de esforços que conseguimos chegar mais longe”, afirmou, citando a Nota Pastoral “Esperança em tempo de crise”, da Conferência Episcopal Portuguesa, para “encorajar todos” a abrirem-se na “resposta às interrogações que levanta esta situação que vivemos”.

O bispo do Algarve voltou a destacar a necessidade da atenção ao próximo. “É importante estarmos atentos àqueles que estão ao nosso lado”, sustentou, apelando a que “quem precisa não deixe de ser assistido”. “É nesses que temos de concentrar o nosso apoio”, complementou, incitando ao trabalho “em rede”.

Neste sentido, D. Manuel Quintas explicou aos 109 agentes sóciocaritativos, participantes naquela iniciativa, que os grupos paroquiais daquele setor da pastoral “devem detetar os problemas e mobilizar toda a comunidade para lhe dar resposta”. Lembrando que o “poder de multiplicar é de Deus, mas o homem tem o poder de dividir”, apelou à boa distribuição contra o esbanjamento.

O bispo diocesano, referindo-se aos “aspetos positivos” da crise, considerou que esta tem ajudado a “crescer numa nova consciência social”. “Estamos mais despertos a olhar para quem sofre e precisa”, constatou, acrescentando que “todos aqueles que vivem para os outros encontram o verdadeiro sentido da vida” e que “este agir é fermento de uma sociedade nova”.

Pedindo aos cristãos que sejam “referência de esperança”, D. Manuel Quintas apelou a uma “solidariedade ativa que tem na fraternidade a sua expressão mais sublime”. “Toda a solidariedade, a partir do agir cristão, tem de convergir para a dimensão fraterna”, sustentou, considerando que “passar da solidariedade à fraternidade, muda tudo”. “Podemos ser solidários com os que estão longe, mas com os que estão perto temos de ser fraternos e temos de viver essa dimensão profundamente cristã”, complementou.

O bispo do Algarve desafiou ainda os agentes sociais a inspirarem-se no “agir de Cristo”. “É sempre Ele que nos inspira a agir”, salientou D. Manuel Quintas.

Samuel Mendonça