Sandra Guerreiro, que é a gestora do projeto “Aproximar” e a chefe de gabinete de projetos, marketing e comunicação da delegação da Cruz Vermelha de Tavira, explicou á agência Lusa que a iniciativa foi contemplada na atribuição de fundos comunitários do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER)

“O nosso projeto foi contemplado nessa candidatura e tem por base o apoio á população isolada geograficamente e com algumas carências ao nível da saúde, da ação social e com falta de apoio familiar, entre outras situações que são detetadas no contacto direto com a realidade”, afirmou a técnica da delegação de Tavira da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP)

Sandra Guerreiro explicou que “uma equipa itinerante irá ao encontro das populações residentes” quatro dias por semana – dois por freguesia – para “prestar apoio de saúde com um enfermeiro, que realizará diversos rastreios, e um médico, que realizará ações de sensibilização de doenças, recolha de análises clínicas, assim como prestação de cuidados a pessoas idosas que não tenham meios para se deslocar” ás unidades de saúde situadas a dezenas de quilómetros

“Irá também uma técnica a prestar apoio social, no que concerne á prestação de informação, para avaliar caso a caso e ver que tipo de ajudas ou suplementos poderão melhorar a vida dessas populações”, acrescentou, frisando que há outros programas de apoio que podem beneficiar essas pessoas mas elas desconhecem

O projeto “Aproximar” prevê ainda “a realização de bastantes eventos sócio-recreativos” e a “recolha de informação junto da população, aproveitando os seus sabores tradicionais”, disse ainda Sandra Guerreiro, destacando a importância de transmitir esse conhecimento para os jovens e de aumentar a autoestima da população serrana, a qual “80 por cento tem mais de 60 anos”

“Permite que as pessoas sintam que, independentemente da sua idade, toda a sua experiência e cultura será bastante útil e partilhada”, considerou.

A gestora do projeto acrescentou que “o programa inicial cingia-se a isso”, mas entretanto a Cruz Vermelha já alargou a equipa com “uma psicóloga, porque há situações muito complicadas e a direção não consegue ficar quieta sabendo da realidade” e das dificuldades por que passa a população, sobretudo em tempos de crise económica