Os deputados algarvios Mendes Bota e Antonieta Guerreiro verificaram que as laranjas utilizadas nos bares e restaurantes da Assembleia da República "não são das mais doces ou apaladadas" e que eram "importadas".

Como forma de promover a laranja algarvia, considerada uma das melhores do mundo, os deputados propuseram a compra de laranjas do Algarve para o Parlamento.

Em comunicado de imprensa enviado hoje à comunicação social, os dois deputados algarvios referem que enviaram aos "responsáveis das unidades de restauração e similares sedeadas no Palácio de São Bento", um documento produzido pelo agricultor José Mendonça onde constam os benefícios da laranja para a saúde, variedades existentes e onde se informa como se pode encomendar, de um dia para o outro, aquela fruta.

O serviço funciona 24 horas por dia, via e-mail, diretamente do produtor para o cliente, "o mais tardar no dia seguinte, sendo a mercadoria despachada por uma empresa transportadora".

Os dois deputados algarvios saúdam esta iniciativa, que alia a citricultura tradicional às novas tecnologias da informação.

"É de saudar esta iniciativa inovatória de um produtor, procurando furar o cerco de uma rede de distribuição e comercialização que não favorece a produção nacional. Muitas vezes, os citrinos ficam nas árvores, ou são adquiridos a preços insustentáveis para os produtores. As laranjas do Algarve são as mais saborosas do mundo, sendo incompreensível a ausência de um plano governamental de promoção e qualificação da citricultura do Algarve", disse Mendes Bota.

Antonieta Guerreiro considerou, por seu turno, que a divulgação desta iniciativa na Assembleia é um" pequeno contributo" para divulgar "o que de melhor se faz no Algarve".

O mau tempo no Algarve originou este inverno perdas na produção de citrinos na ordem dos 10 milhões de euros, sobretudo nas zonas de pomar onde caiu granizo, cuja produção para a próxima campanha pode ter ficado completamente perdida.

A campanha anual de citrinos no Algarve representa uma produção que ronda as 200 mil toneladas, mas este ano o mau tempo já causou a perda de pelo menos 50 mil.

Lusa