Em declarações à Lusa, Carlos Oliveira afirmou que a experiência de contacto com a população carenciada faz com que se aperceba de que a situação na região é cada vez mais difícil devido à crise económica e social. Prova disso é o aumento do número de apoios verificado na instituição que dirige.

“É verdade que há um agravamento da situação na região. E para justificar isso, exemplifico com o número de atendimentos: dos 190 atendimentos feitos, 148 foram novos, o que mostra bem que há cada vez mais pessoas em dificuldade”, afirmou o presidente da Cáritas Diocesana do Algarve, frisando que estes números têm 15 dias e são os mais recentes.

Já o presidente do Banco Alimentar do Algarve, Adriano Pimpão, também falou de “um aumento” do número de pedidos de apoios, mas disse não ter dados que indiquem se esse aumento está acima da média nacional, como a taxa de desemprego.

“Nós já apoiamos 16.000 pessoas e no ano passado eram 14.000, mas esperamos até ao final do ano chegar às 20.000 pessoas ajudadas, com o auxílio de um programa de ajuda alimentar da União Europeia, que será conduzido pela Segurança Social e ao qual já nos candidatamos”, afirmou o responsável do Banco Alimentar no Algarve, frisando que a instituição também tem lista de espera.

A taxa de desemprego no Algarve atingiu os 17,5 por cento no quarto trimestre de 2011, segundo números hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados do INE mostram que o desemprego subiu em todas as regiões (NUTS II) do país no último trimestre do ano passado, com exceção da Madeira, onde a taxa caiu de 14,3 por cento para 13,5 por cento.

A maior subida ocorreu no Algarve. Do terceiro para o quarto trimestre, houve um aumento de 4,2 pontos percentuais, atingindo-se o valor de 17,5 por cento.

Calculando os valores médios para o cômputo de 2011, o Algarve é também a região com a taxa de desemprego mais elevada, nos 15,6 por cento.

Lusa