Falando à Lusa, Fernando Pinto, presidente da comissão organizadora do Congresso Português de Hipertensão, que começa quinta-feira em Vilamoura, considerou fundamental que os mais jovens sejam educados nos estabelecimentos de ensino, de forma a que “sejam eles a influenciar os pais e a pedir-lhes para levarem um lanche saudável para a escola”.
Mostrando-se preocupado com a prevalência da hipertensão e das doenças cardiovasculares e defendendo a mudança dos hábitos alimentares, o clínico observou que, se os pais comprarem uma vez por semana no supermercado os lanches para os seus filhos, “verão que o que gastam nessa compra é o que ele gastaria num só dia a comer algo que não é saudável”.
Para sensibilizar as crianças, mas também clínicos e famílias, o 6.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global iniciar-se-á quinta-feira com uma sessão para 200 crianças de um agrupamento de escolas de Quarteira sobre este tipo de patologias, que terminará com um lanche saudável, composto de um copo de leite, uma sandes e uma peça de fruta.
A obesidade duplica o risco de hipertensão arterial, que atinge mais de 40% dos portugueses e mais do que duplica o risco de acidentes cardiovasculares, afirmou Fernando Pinto.
“Quando a hipertensão coexiste com a obesidade, o risco não se soma, mas multiplica-se”, disse, precisando que, "quando um mesmo indivíduo padece das duas doenças, o risco de acidentes cardiovasculares não aumenta duas vezes, mas sim três ou quatro vezes”.
Sublinhando que as medidas “que são boas para combater a hipertensão também são boas para combater a obesidade”, assegurou que, do mesmo modo, a assunção dessas medidas “também multiplica a possibilidade de não haver acidentes”.
Além de uma alimentação rica em legumes e fruta e pobre em gorduras saturadas, açúcares e farináceos, é igualmente necessário que essas medidas incluam exercício físico, a diminuição do consumo de álcool e não fumar.
O 6.º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, que decorre de quinta-feira a domingo num hotel de Vilamoura, contará com a participação de 800 clínicos de várias especialidades, 200 dos quais estrangeiros.
Lusa