Direção da Cáritas Diocesana do Algarve renovou compromisso na Eucaristia presidida por D. Manuel Quintas

O bispo do Algarve lamentou ontem que apesar de “haver vontade e desejo de acabar ou de diminuir os sem-abrigo, eles estão a aumentar nas grandes cidades”.

D. Manuel Quintas considerou que essa realidade “é sinal de que algo não está bem”.

Com a Igreja a celebrar ontem o VII Dia Mundial dos Pobres, D. Manuel Quintas afirmou na Eucaristia de encerramento da visita pastoral à paróquia de Albufeira, na igreja matriz daquela cidade, que “o pobre é sempre mais do que um número”. “Por detrás de cada número destes há um rosto, um nome, uma vida, uma história, uma família”, lembrou.

O bispo diocesano exortou cada um dos presentes a “fazer alguma coisa para que este mundo fique melhor” do que o encontrou. “Temos todos muito trabalho pela frente”, afirmou, lembrando os conflitos militares existentes. “Não estávamos à espera destas guerras que nos afligem. Estas são as conhecidas, mas há outras de que não recebemos imagens, possivelmente ainda mais atrozes”, prosseguiu.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve lembrou que todos têm a sua “quota-parte” na obrigação de tornar o mundo melhor. “Todos temos aqueles talentos que o Senhor nos deu para que este mundo seja mais humano, onde todos os humanos tenham lugar e encontrem as condições para viver com dignidade”, sustentou.

D. Manuel Quintas destacou que a “sobriedade” “ajuda a discernir bem aquilo que é importante daquilo que não é, aquilo que vale a pena daquilo que não vale”, “aquilo que ajuda a viver a vida, progredindo no caminho da santidade e no encontro dos outros, daquilo que só atrapalha”. “Quando deixamos de viver com sobriedade, descontrolamo-nos, não temos a capacidade de discernir, de ajuizar, de vigilância serena”, advertiu.

Realçando que “a atenção e o cuidado com os mais necessitados, com os pobres, não pode ser esquecida” na vida, lembrou o tema deste ano da mensagem do Papa para aquele dia: ‘Não desvieis o olhar dos pobres’. “O Papa instituiu este dia para nos ajudar a todos a sensibilizar ainda mais na atenção e no apoio aos mais necessitados. Olhai que isto marca a diferença no modo como nos preparamos para o encontro definitivo com Cristo. Não há Verdadeira preparação desse encontro definitivo com Cristo sem atenção aos mais necessitados”, alertou na Eucaristia que contou com a renovação do compromisso da direção da Cáritas Diocesana do Algarve de “minorar o sofrimento dos mais pobres”.

No final da Missa, o bispo do Algarve entregou ao presidente da Cáritas Diocesana do Algarve, Carlos Oliveira, a medalha comemorativa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), mandada cunhar pela Santa Sé, em “sinal de reconhecimento da diocese” pelo serviço daquela instituição – que também recebeu jovens estrangeiros que viveram no Algarve a semana que antecedeu aquele encontro com o Papa – “sobretudo por ir ao encontro de diferentes necessidades em diferentes circunstâncias”. “Recordamos os incêndios em Monchique e tantas outras situações”, justificou o bispo diocesano.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A medalha apresenta ao centro, entalhada na esfera armilar, a Catedral Patriarcal de Santa Maria Maior, igreja matriz e principal local de culto católico da cidade de Lisboa. À volta, em sentido circular, desenvolve-se a expressão latina “DIES MVNDIALIS IVVENTVTIS LISBONAE MMXXIII” e acima, entre as duas torres, destaca-se o logotipo da JMJ Lisboa 2023. Em círculo, em direção ao lado externo, estão representados os 13 patronos da Jornada Mundial da Juventude, “todos Santos ou Beatos, que dedicaram suas vidas ao serviço dos jovens”.

O Dia Mundial dos Pobres celebra-se anualmente no penúltimo domingo do ano litúrgico.