A Diocese do Algarve promoveu ontem uma homenagem a D. António Carrilho, natural de Loulé, nos seus 25 anos de bispo, celebração que contou com a concelebração do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, do cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, natural da Diocese do Porto, onde o homenageado também trabalhou, e de D. João Marcos, administrador apostólico da vizinha Diocese de Beja, para além do clero algarvio.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A Eucaristia teve lugar em Loulé no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como «Mãe Soberana», onde D. António Carrilho presidiu há 25 anos à primeira Missa como bispo no dia seguinte à sua ordenação episcopal.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ontem, o homenageado disse que a celebração das suas bodas de prata episcopais “é verdadeiramente um momento de graça, não é só uma comemoração”. “É uma graça para mim e bem desejo que seja uma graça para todos”, afirmou D. António Carrilho que, depois de 12 anos como sacerdote no Algarve, seguiu para Lisboa.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“As paróquias de Loulé proporcionaram-me a bela oportunidade de me reencontrar de perto com a minha querida Diocese do Algarve, de onde sai para Lisboa no dia 13 de outubro de 1977, a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa para trabalhar no âmbito nacional”, lembrou, acrescentando que “outra atitude não podia ter que não fosse a disponibilidade para a missão com as exigências e os sacrifícios inerentes”.

O bispo emérito do Funchal afirmou que o “chamamento ao episcopado em fevereiro de 1999” apareceu-lhe como “exigência de renovação” do seu lema sacerdotal – “No desejo de servir e de não ser servido” – “vendo na missão episcopal um apelo a uma maior entrega, a uma mais profunda dedicação e serviço à causa do Evangelho, da Igreja e da humanidade”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

D. António Carrilho recordou então a continuação do seu serviço à Igreja, primeiro como bispo auxiliar na Diocese do Porto, durante oito anos, e depois na Madeira, durante 12 anos. “Serviço à Igreja com alegria, com muita esperança, com uma relação de proximidade que procurei sempre como norma e estilo de vida pastoral”, realçou, lembrando, agradecido, “com muita reverência e admiração” “o testemunho de tantos amigos no Algarve, Porto, Lisboa e Madeira-Porto Santo, sacerdotes, religiosos e leigos, pelo empenho apostólico manifestado nos diversos e vastos campos da missão, nas famílias e nas comunidades paroquiais, em obras e movimentos, a sua presença nos meios cultural e social, no serviço solidário junto dos mais cadenciados”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Afinal o tempo passou, mas ficaram muitas e belas marcas vividas e saboreadas em tantas atividades pastorais e entreajuda espiritual, pessoal e nas famílias”, disse, recordando agradecido também pelos seus 59 anos de sacerdócio. “Continuo a confiar, como sempre confiei, toda a minha vida de bispo-apóstolo a Maria, Mãe”, acrescentou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

No início da celebração, D. António Carrilho fez questão de lembrar o bispo ordenante da sua ordenação episcopal, D. Manuel Madureira Dias, que por motivos de saúde não pôde estar presente, assim como os falecidos D. Armindo Lopes Coelho e D. Júlio Tavares Rebimbas, co-ordenantes naquela celebração, e D. Francisco Rendeiro, que o recebeu no Seminário de Faro.

Também no princípio da Missa, o bispo do Algarve manifestou a “alegria de toda a Diocese do Algarve” por o aniversariante ter acedido celebrar também entre os algarvios a “Eucaristia de ação de graças pelas suas bodas de prata episcopais”. “O seu ministério, quer como sacerdote, quer como bispo, deixou marcas indeléveis nas suas vidas”, evidenciou D. Manuel Quintas.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Estou plenamente convicto que a celebração do seu jubileu episcopal, no contexto do Ano da Oração preparatório do Ano Jubilar nos ajudará a crescer mais como Igreja Diocesana, quer pelo sentido de comunhão eclesial que esta celebração nos permite evidenciar, quer pelo avivar em todos nós do testemunho que pessoalmente nos transmite de amor e serviço dedicado à Igreja como pastor e apóstolo de Jesus Cristo, do qual beneficiaram não só as Dioceses do Porto e, particularmente a do Funchal, como seu bispo diocesano, mas também esta nossa e sua Diocese do Algarve”, prosseguiu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve disse ainda saber poder “continuar a contar com a sua oração”, tendo presente todos os presbíteros, diáconos, consagradas e leigos das comunidades que constituem esta a “amada Igreja diocesana”, para que possam “progredir na edificação de «comunidades eucarísticas» na sua forma de identificação com Cristo, fraternas na sua forma de testemunho cristão, sinodais e missionárias na participação corresponsável de todos os seus membros, na realização da mesma e única missão que Cristo confiou à Igreja”.

D. Manuel Quintas desejou ainda que a «Mãe Soberana» “continue a guiá-lo” e a todos “como peregrinos da esperança, que encontram em Cristo ressuscitado a sua âncora e o seu porto seguro de abrigo e de salvação definitiva”.

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O bispo diocesano pediu ainda ao cónego Carlos de Aquino que lesse a mensagem do Papa enviada ao homenageado. “Congratulamo-nos com o seu o seu grande zelo pastoral exercido diligentemente, como todo o trabalho realizado junto da Conferência Episcopal Portuguesa. Recordamos, de modo particular, o seu permanente zelo evangélico pelo clero e pela transmissão da doutrina cristã aos fiéis, dando testemunho da graça, revestido da bondade do bom pastor e anunciando com solicitude a palavra de Deus. Ao mesmo tempo que lhe desejamos as maiores graças para si, aos seus familiares e colaboradores, enviamos de bom grado a nossa bênção, solicitando as vossas orações pelo exercício do nosso ministério petrino”, escreveu Francisco.

No final da celebração, as paróquias de Loulé fizeram ao aniversariante a oferta de uma peça de autor, constituída por uma representação escultórica de Santo António.

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No jantar, que se seguiu no Centro Paroquial de Loulé, no qual também participou o presidente da Cáritas Diocesana do Funchal em representação do bispo daquela diocese, D. Nuno Brás, e o diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã, Fernando Moita, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira realçou estar em representação daquela Região Autónoma para “agradecer tudo aquilo que D. António Carrilho fez à frente da Diocese do Funchal, pelo povo cristão da Madeira, mas também por aqueles que, não sendo cristãos, unem-se” naquela região.

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“Trago também um abraço do senhor presidente do Governo Regional da Madeira, do senhor representante da República na Região Autónoma da Madeira, que aqui vêm reconhecer, através da minha palavra, tudo aquilo que D. António fez pela Madeira. D. António fez-se ao largo e atracou no Atlântico. E que belo presente tiveram os madeirenses nos últimos anos com o seu extraordinário trabalho de proximidade às pessoas, de simplicidade, de humildade, de trato e de solidariedade. Todos reconhecemos no seu sorriso todo o trabalho que fez como padre e depois como bispo e ainda hoje como bispo emérito da nossa Diocese do Funchal”, afirmou José Manuel Rodrigues, considerando que “D. António é um louletano de nascimento, mas é madeirense de coração”.

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Também a vereadora da Câmara de Loulé, Marilyn Zacarias, em representação do presidente, dirigiu palavras de apreço ao homenageado e presenteou-o com uma lembrança da autarquia.

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