A Diocese do Algarve informa ainda que, confrontado com a situação, o provedor prestou “pertinentes esclarecimentos sobre a situação” e “reiterou ao bispo diocesano o compromisso, já assumido” perante a Assembleia-geral da Misericórdia, de “suspender o exercício de funções caso venha a ser pronunciado [acusado] pelo juiz de instrução”, prevendo-se que venha a iniciar-se muito em breve a fase de instrução do processo e não estando ainda decidido se os arguidos vão ou não a julgamento.
A Igreja algarvia considera ainda que esta intenção “compatibiliza o respeito pelo princípio da presunção de inocência a que todo o arguido tem direito e salvaguarda o prestígio, bom nome e normal continuidade das atividades de solidariedade social desenvolvidas pela Misericórdia de Portimão”.
Recorde-se que em causa está, segundo os jornais Correio da Manhã e Público, a acusação do atual e anterior provedor da Misericórdia de Portimão pelo Ministério Público (MP), em abril do ano passado, pela prática de vários crimes de “infidelidade” e “participação económica em negócio”. O motivo é, segundo os dois órgãos de comunicação social, o alegado aproveitamento dos cargos para “enriquecimento pessoal”, acusação que os visados refutam.
Os diários acrescentam que a investigação, levada a cabo pela Polícia Judiciária (PJ), terá partido de uma denúncia feita por uma médica, em 2008, ao MP e à Segurança Social. Segundo os jornais, a investigação da PJ identificou a criação de duas empresas da Misericórdia como o elemento central da estratégia dos “arguidos” para obterem “ganhos ilegítimos”.