A Diocese do Algarve promoveu ontem o Encontro dos Centros Sociais Paroquiais e Santas Casa da Misericórdia, este ano para formação na área da prevenção de abusos sexuais cometidos contra menores e adultos vulneráveis.
Da iniciativa, realizada no Centro Pastoral de Ferragudo, através do Departamento Diocesano da Pastoral Social, saiu a sensibilização para a importância da criação de um “sistema de proteção e cuidado” com vista a certificar que aquelas são “organizações seguras”.

Rute Agulhas, coordenadora do Grupo VITA, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, foi quem lançou o repto e explicou os passos que devem ser dados para a implementação daquele mecanismo.

O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, que esteve presente no encontro, considerou ainda que “seria muito enriquecedor” para aquelas instituições, para as paróquias e para a própria diocese algarvia disponibilizar “mais espaço a analisar estes temas”, tendo em vista o seu maior aprofundamento e o envolvimento de mais colaboradores.

O encontro teve início de manhã com a apresentação do presidente da Cáritas do Algarve do panorama da pobreza na região. Carlos de Oliveira considerou que a problemática “é uma realidade estrutural”, com “índices acima da média nacional” e “muito ligada à dependência de um monosetor económico: a hotelaria e a restauração”.

Na oração, com que o encontro teve início, D. Manuel Quintas lamentou que a pobreza afete transversalmente o país e, concretamente, a região do Algarve. O bispo do Algarve lembrou que aqueles cerca de 60 agentes sociais são quem “de mais perto” contacta “com pessoas marcadas pela pobreza”. “Pode chamar-se solidão, indiferença, abandono, tem muitos nomes. Todos eles convergem para a falta de dignidade da pessoa humana”, lamentou.

Antes do almoço, o bispo diocesano presidiu à celebração da Eucaristia numa das capelas da casa.
Presidente da Cáritas do Algarve lamenta “realidade estrutural” da pobreza na região