D. Manuel Quintas exortou recentemente à “união de todos” para se “encontrar caminhos” para superar a crise que Portugal atravessa. “Vamos pedir ao Senhor que nos dê a capacidade, – não através da desunião e divisão que só fragiliza –, mas na união de esforços, na procura da verdade e da justiça para que o pão, mesmo que pouco, possa chegar para todos”, afirmou no passado dia 16 de setembro.
Já em março deste ano, nas Jornadas de Ação Sóciocaritativa promovidas pela Igreja algarvia, o prelado apelara a uma colaboração, cada vez mais, abrangente. “Todos somos necessários quando o bem comum está em causa. É desta conjugação de esforços que conseguimos chegar mais longe”, referiu, incitando ao trabalho “em rede”. Na altura, D. Manuel Quintas indicou haver um aumento dos pedidos de ajuda nas paróquias do Algarve. “A nossa situação é preocupante”, considerou.
No último domingo, o bispo do Algarve apelou igualmente a um “despertar de consciências” para a “responsabilidade solidária pelo bem comum”.
D. Manuel Quintas, que falava na ‘Festa da Solidariedade’ que reuniu, em Faro, Instituições Particulares de Solidariedade Social de todo o país, apelou à criação de “dinamismos de esperança contra o pessimismo” e “de confiança contra derrotismos”. O prelado pediu ainda que todos se empenhem em “colaborar ativamente em dinamismos de solidariedade e de subsidiariedade contra egoísmos e injustiças”.
O bispo diocesano exortou também à “participação mais ativa e corresponsável contra absentismos” e ao “empenhamento no bem comum contra o refúgio de individualismos e partidarismos”.
D. Manuel Quintas defendeu ainda o “diálogo na procura de soluções para os problemas da nossa sociedade”, rejeitando “confrontos estéreis, sem perspetiva de futuro e de paz social”.
Na missiva agora enviada aos centros sociais paroquiais algarvios, à qual Folha do Domingo teve acesso, D. Manuel Quintas lembra que este encontro surge como resposta ao desejo manifestado por algumas daquelas instituições e que permitirá ainda partilhar “anseios e esperanças” e “revitalizar a finalidade específica” daquelas organizações.
Lembrando que a “razão de ser” destas instituições católicas “se apoia em imperativos da Doutrina Social da Igreja”, o bispo do Algarve apela a um “discernimento na conjugação de respostas iluminadas pela mensagem social da Igreja”.
D. Manuel Quintas recorda ainda o discurso do Papa no seu encontro com aquelas instituições, aquando da sua visita a Portugal, quando referiu que a sua orientação deve ser “clara” e a “firmeza” da sua “identidade bem patente” “na inspiração dos seus objetivos, na escolha dos seus recursos humanos, nos métodos de atuação, na qualidade dos seus serviços, na gestão séria e eficaz dos meios” e na “autonomia e independência da política e das ideologias”.