Promovido pela equipa formadora daquela instituição, o Lausperene volta a mobilizar toda a Igreja algarvia, durante 15 dias, para uma cadeia de oração ininterrupta ao Santíssimo Sacramento, 24 horas por dia, que será assegurado pelas quatro vigararias, através das diversas comunidades paroquiais que as constituem.

A Igreja algarvia, de 30 de Outubro a 12 de Novembro, volta a intensificar a sua oração em torno das vocações de consagração, de modo particular as vocações ao sacerdócio.

O Lausperene Diocesano terá então início no dia 30 de Outubro na vigararia de Portimão, na igreja de Monchique, às 21 horas, com a celebração de uma Eucaristia, seguida de um tempo de oração, aberto à participação das comunidades algarvias, particularmente as do Barlavento, constituintes das vigararias de Portimão e Loulé.

Depois de passar pelas várias comunidades paroquiais da diocese, segundo um itinerário distribuído pelas quatro vigararias, o Lausperene terminará, no dia 12 de Novembro, com uma Vigília de Oração na vigararia de Faro, na igreja matriz de São Pedro, em Faro, pelas 21h, aberta novamente a toda a Igreja algarvia, mas particularmente dirigido às vigararias do Sotavento de Loulé, Faro e Tavira.

Em entrevista à Agência Lusa, o padre Pedro Manuel, da equipa formadora do Seminário diocesano e director do Secretariado da Pastoral Vocacional da Diocese do Algarve, explica que “o Lausperene é uma oração de adoração ao Corpo do Senhor e vamos pedir aqui no Algarve os operários [sacerdotes] que a região precisa” numa oração que dura duas semanas sem parar.

O sacerdote admitiu que se olhar para a lógica matemática “há carência de sacerdotes no Algarve” e nalguns casos carências “muito flagrantes”.

O Algarve tem 75 sacerdotes e diáconos permanentes para as 80 paróquias da região e actualmente no Seminário de Faro há 15 rapazes, entre os 17 e os 30 anos, a estudarem Teologia e a prepararem-se para o sacerdócio.

Aquela casa podia receber até 30 pessoas, mas o padre Pedro Manuel explica que a pretensão não é ter lotação esgotada, mas sim “uma casa de gente feliz e disponível”.

A falta de sacerdotes na Dioceses do Algarve não é olhada com desespero pelos membros do clero que interpretam este facto como “um sinal dos tempos” e uma “vontade de Deus” que só faz surgir os sacerdotes quando acha necessário.

“O facto de termos menos sacerdotes pode ser, em linguagem futebolística, o pontapé de saída para uma igreja que se descobre mais missionária e, por isso, mais transmissora do evangelho”, argumenta o padre Pedro Manuel, de 27 anos.

O sacerdote quis deixar bem claro que no Algarve não se está a chegar à “beira de um precipício”, mas aconselha os jovens que se questionam se podem ser padres e se estão com dúvidas a experimentar.

“Se algum jovem tem inquietações, não tenha medo, porque Deus não tira nada e dá tudo”, afirma aquele padre, reforçando a ideia que ser sacerdote nos dias de hoje é ser “radical”.

“Não é toda a gente que se dá a toda a gente e o padre é convidado a dar-se pelo mundo”, observou, acrescentando que o celibato “não é o principal problema” que se enfrenta quando se opta por ser padre.

A Diocese do Algarve apelou ainda aos cristãos para voltarem à Igreja, porque a “Igreja é uma mãe e está sempre de braços abertos”.

Redacção com Lusa

Programa do Lausperene