A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), organismo ligado à Conferência Episcopal, participou no Jubileu dos Migrantes e Refugiados da Diocese do Algarve que se realizou em Loulé no passado dia 28 de setembro.

Eugénia Quaresma, que interveio na Eucaristia que teve lugar no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente evocada como «Mãe Soberana», realçou que “não é só Portugal que precisa de migrantes”. “A Igreja também precisa de experienciar que entre irmãos de fé não há estrangeiros e, lado a lado, procuramos a justiça, combatemos a exploração, defendemos a vida e a dignidade humana. Enraizados na fé, não podemos permitir que as sementes do ódio, da desinformação e da exclusão virem comunidades contra comunidades. Temos que encarnar o evangelho da proximidade, do perdão e reconciliação, da justiça e da paz”, acrescentou aquela responsável.

A diretora da OCPM sustentou que a comunidade paroquial é o “território” que permite a todos serem “irmãs e irmãos vindos de todas as partes, mostrar que é possível conviver como família humana, capaz de ser acolhedora, protetora e cuidadora” e acrescentou o que devem fazer os “discípulos de Cristo ao serviço de um mundo melhor”. “Construímos pontes, resolvemos os nossos conflitos pelo diálogo, pela paciência, pela bondade, pela verdade”, concretizou.

Lembrando a afirmação de São João Batista Scalabrini, padroeiro dos migrantes, Eugénia Quaresma concordou que “a Pátria é a terra onde se ganha o pão”. “Aqui onde residem, trabalham, estudam, contribuem com vosso talento, com a vossa presença e o vosso testemunho, para a construção de uma sociedade mais inclusiva, é hoje a vossa casa”, reforçou.

Eugénia Quaresma lembrou ainda que o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, que presidiu à celebração da Eucaristia, é membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que tutela o Secretariado Nacional e as obras que acompanham a mobilidade humana em nome da Conferência Episcopal Portuguesa.

O Jubileu dos Migrantes e Refugiados foi promovido por representantes das comunidades de imigrantes dos concelhos de Faro e Loulé em parceria com a Câmara de Loulé e com a Diocese do Algarve. O Encontro dos Povos Migrantes, que ocorre anualmente há 25 anos, promovido por aquelas entidades em torno do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado – uma data instituída e celebrada pela Igreja Católica – e que pretende promover a integração e celebração das diversas culturas presentes na região, foi este ano reconvertido naquela iniciativa que teve como tema “Peregrinos da Esperança”.

Para além da celebração da Eucaristia que foi concelebrada pelo cónego Carlos de Aquino, pároco de Loulé, e Oleg Trushko, assistente da comunidade ucraniana no Algarve.

O Jubileu dos Migrantes e Refugiados, participado por representações oficiais de alguns países e de autoridades e associações locais, teve continuidade com o almoço com diversos sabores gastronómicos partilhados pelos participantes e o convívio no salão de festas da Câmara Municipal de Loulé.

Jubileu dos Migrantes e Refugiados celebrou-se em Loulé associado ao Encontro dos Povos