"São duas famílias, num total de quatro pessoas, que foram identificadas com maiores carências económicas, mas que foram alojadas num hotel pela Segurança Social", explicou o autarca de Vila do Bispo, Adelino Soares.

Segundo o autarca, as restantes 13 famílias não necessitaram de qualquer apoio, ficando algumas a residir temporariamente em casa de familiares.

Quinze famílias foram desalojadas hoje das moradias que ocupavam há 20 anos no bairro social Encosta do Sol, em Vila do Bispo, tendo abandonado pacificamente as habitações, mas sob um forte dispositivo policial.

Pouco passava das 09:00, quando técnicos do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), da Segurança Social e da autarquia de Vila do Bispo, escoltados por cerca de 50 elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR), entre os quais um pelotão do grupo de intervenção, montaram um perímetro de segurança no bairro, para permitir a desocupação das casas.

"A operação decorreu sem incidentes e sem a necessidade de intervenção policial, pois a maioria dos moradores retirou todos os haveres sem qualquer tipo de oposição", disse à Lusa fonte da GNR.

A construção das 48 moradias, destinadas a habitação social, iniciou-se em 1989 pela cooperativa do bairro Encosta do Sol, financiada pelo ex-Fundo de Fomento de Habitação, em terrenos cedidos pela autarquia.

De acordo com o IHRU, em 1991, 18 dos cooperadores que não tinham feito escrituras de compra e venda ocuparam ilegalmente as habitações que estavam por vender, recusando-se a regularizar a sua situação por discordarem do preço atualizado das habitações que lhes estavam destinadas.

Em 2010, as 15 famílias foram notificadas judicialmente para abandonarem as casas da cooperativa de habitação social que ocupavam, na sequência de um processo judicial movido pelo IHRU, mas recusaram sempre desocupar e entregar as habitações.

Em janeiro de 2012 e perante a recusa em abandonarem voluntariamente as casas, o IHRU solicitou ao Tribunal de Lagos que autorizasse "o recurso ao uso da força pública" para desocupar as habitações, o que foi deferido no dia 20 de junho.

Lusa