“Os últimos acontecimentos trágicos ocorridos em várias zonas turísticas do Algarve, nomeadamente em Albufeira, são a consequência natural da incapacidade dos poderes públicos em responder às necessidades de uma região, cuja base económica assenta na atividade turística”, disse à Lusa Elidérico Viegas.

Para o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a solução para prevenir a insegurança que atinge “periodicamente” o Algarve passa pelo “policiamento de proximidade”.

“O policiamento de proximidade é a solução comprovadamente mais eficaz para a diminuição de uma criminalidade galopante e de contornos até agora desconhecidos entre nós, com fenómenos novos associados a criminalidade violenta e juvenil, organizada e estruturada em ‘gangues’”, acrescentou.

O Algarve recebe por ano cerca de 5,5 milhões de pessoas, entre turistas nacionais e estrangeiros, e precisa de pelo menos “o dobro do efetivo”, alerta o empresário algarvio, recordando que em 2009 foram registados vários assaltos violentos na região, nomeadamente em casas isoladas de turistas.

O último episódio de um assalto violento no Algarve foi registado há 15 dias numa rua do concelho de Albufeira e as agressões levaram à morte de um turista britânico de 50 anos.

A AHETA recorda que a segurança é “o principal fator de decisão na escolha do destino de férias dos turistas à escala mundial” e que independentemente do momento político que se vive, o Governo não pode continuar a afastar a segurança para o “rol do esquecimento”.

A AHETA apela ao Governo para de “uma vez por todas, assumir as suas responsabilidades políticas nesta área estratégica e prioritária, indispensável na afirmação e consolidação competitivas do Turismo, dotando o Algarve do dobro do número de efetivos policiais que tem atualmente.

Questionado hoje de manhã sobre os casos de violência registada com turistas no Algarve, tendo o último episódio provocado a morte a um britânico, o Governador Civil de Faro, Silva Gomes, admitiu que está a “acompanhar a situação” e que as “forças de segurança estão atentas ao problema” dos assaltos e da segurança na região.

Lusa