"Face à crise financeira, era previsível que o volume de negócios fosse inferior ao ano passado, apesar de os indicadores apontarem para uma taxa de ocupação idêntica", disse à Lusa Elidérico Viegas, da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), num primeiro balanço até ao final dos principais meses de verão.

O responsável classificou o ano turístico "como negativo", realçando que a receita tem vindo a descer desde 2009.

"Não foi tão mau como se esperava, comparativamente a 2011, mas ainda assim é preciso ter em conta a quebra no volume de negócios que se verifica ano após ano", observou.

Segundo Elidérico Viegas, essa quebra "foi minimizada pelo comportamento dos mercados externos", nomeadamente o britânico e o holandês, com aumentos de 16,1 e 17,3 por cento, respetivamente.

De acordo com dados da AHETA, as descidas mais significativas ocorreram nos mercados português (-10 por cento) e espanhol (-20 por cento).

Para inverter a tendência de descida em ocupação e volume de negócios para 2013, o responsável defende "novas políticas" para o setor, de forma a torná-lo mais competitivo.

"A brutal carga fiscal e a má promoção do destino são políticas erradas que têm impedido o Algarve de competir com a concorrência", observou.

O presidente da Associação dos Industriais e Similares Concessionários da Orla Marítima do Algarve (AISCOMA) considerou igualmente que “o ano turístico não esteve longe das previsões".

"Prevíamos uma quebra acentuada da receita, o que, infelizmente, se confirmou", destacou Francisco Barbosa.

Segundo o presidente da AISCOMA, que integra os apoios de praia, a redução da receita entre os associados rondará os 20 por cento. "Além do menor consumo, os hoteleiros mantiveram os preços, suportando o aumento do IVA", acrescentou, estimando em 10 por cento a quebra geral do volume de negócios na área do turismo no Algarve.

Francisco Barbosa defendeu também "uma redução da carga fiscal, nomeadamente do IVA, para que os empresários possam aumentar a qualidade da oferta".

Na opinião dos presidentes das duas maiores associações de hoteleiros e de restauração do Algarve, "a manterem-se as atuais políticas para o setor, não se perspetiva que o ano turístico de 2013 seja melhor em termos de volume de negócios".

Lusa